Para uma boneca
Anda a boneca faceira
que tem nas vestes o pano
surrado pela jornada
O rosto empoeirado
pelos tombos que a vida lhe deu
Boneca de pano barato
cerzida no fio da estopa
fechando o zíper da boca
calando o bem e o mal
Anda a boneca faceira
na beira do precipício
de sua dor não faz comício
nem destila o desamor
Mostra-te boneca faceira
o sonho é o teu quintal
Teus trapos escondem inteira
uma boneca de cristal
Fundo Musical:
Sol'itude - Ernesto Cortázar
Letter by baby
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