Que faço eu com este meu eu que já nem sabe o que é ser sem você? Esse suor que molha minha pele como um apelo ao teu regresso. Que faço com tuas roupas, com meus pesadelos, com minhas insônias? Que faço com as sobras de mim? Onde guardar tantas cartas de amor? como sufocar toda esta dor? Como descrever em versos, os reversos da minha vida? Como aceitar a partida se ao entrar em mim me tomastes por inteiro, feito um veleiro à deriva em mar aberto. Fostes a luz do meu cativeiro, o clarear de um nevoeiro, o meu sol da meia noite. Afoito rompestes minhas muralhas, e indefesa permiti que tatuasse em meu coração os momentos de amor indescritíveis, os risos incontidos de felicidade, as promessas de eternidade. O amor que hoje me consome e cala exala a dor e o sofrimento Um amor sobrevivente na vontade, na memória e na saudade, para sempre. Beatriz por um triz* São Paulo - SP Fundo Musical: Você |