Como presa de um lobo

Recebi em 04/06/2006


Como um lobo faminto
devoras meu coração e o despedaças,
partindo á procura de outra caça
sem lamentar o que sinto.
E, o que sinto é a minha desgraça.

Ao aceitar tuas andanças
sangro meu coração,
permitindo contra mim a vingança
de ama-lo, sem esperanças,
numa dança doentia de paixão.

Segue o tempo,
eu já enfraquecida,
retorna o lobo à minha morada
em meu colo o acolho agradecida,
e ainda mais apaixonada

Mas como fosse destino marcado
o lobo está triste e cansado,
e num beijo demorado
tatua nos lábios meus
a marca do seu adeus.

Se o lobo foi pecador,
nas dores que me causou,
sei também que me amou,
como lhe foi possível amar.

Se a espera foi minha sina,
ainda a cumpro nas noites que a lua ilumina
Seu uivar ecoa em minha insanidade,
como anunciando suas vontades,
e como fosse eu sua presa.

Quando enfim sua ausência me invade,
deixando meu corpo inerte,
indefesa agonizo ante a saudade,
transformando em lenda minha verdade.

Beatriz por um triz*
São Paulo - SP



Fundo Musical: Dances with wolves
 
 
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