Vulnerável

Recebi em 26/04/2012

 

VULNERÁVEL

(Ary Franco – O Poeta Descalço)

 

Toda minha vida fui um chorão,

Nasci com um sensível coração.

Chorei quando perdi meus pais.

Prantos maiores não tive jamais!

 

Choro quando perco uma amizade,

Daquelas que achava ser de verdade.

Choro de tristeza, choro de alegria.

Choro até mesmo de uma triste fantasia.

 

Lágrimas sempre meus olhos a lavar

Todas as noite, se banhado pelo luar.

Choro ao ver uma criança sofrendo.

Sua tenra infância não esteja vivendo.

 

Em meus sonhos, choro de verdade

Pelo triste rumo de nossa humanidade.

Choro em meio às minhas orações,

Quando meu peito transborda emoções.

 

Vendo um cão relegado ao abandono,

Faminto na rua, à procura de um dono.

Já tentei, já jurei, nunca mais chorar,

Mas não consigo, não posso me controlar.

 

Não acho que seja alguma fragilidade,

Deve ser natural, nesta avançada idade.

Choro e sei que continuarei chorando

Enquanto meu coração seguir amando.

 

Sôfrego, exangue no chão um passarinho

Ainda implume, tragicamente caído do ninho.

Soluço, amargurado não poder o ter recolocado,

Naquele galho tão alto, impossível de ser alcançado.

 

Choro ouvindo uma romântica canção.

Quando sem ninguém, só eu e a solidão.

Cada vez choro mais, por um motivo qualquer.

Choro vendo lágrimas nas faces de uma mulher.

 





Fundo Musical: Emoções - Eduardo Lages
 

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