Vida ceifada

Recebi em 26/08/2017


Em meio à floresta vejo uma árvore caída no caminho.
Era grande, muito grande... foi abatida a machadadas.
De seus cortes ainda recendia a dor do ato mesquinho.
Que mal haveria feito, para ter sua vida assim ceifada?

Nenhum! Em seus fortes galhos ainda haviam ninhos.
Sobrevoando à sua volta, choravam vários passarinhos.
Pelo verdor de sua folhagem, achei que ainda respirava.
Sofrendo, mantinha-se viva no estertor que lhe restava.

Imaginei o gemido do estalar de seu tronco ao desabar.
Lânguido e dorido choro que pela floresta se fez ecoar.
Por quantas décadas deste sombra ao viajante cansado?
E agora terminas teus dias pelas mãos de um desalmado!

Meus Deus! Juro-te que tento amar meus semelhantes,
Mas alguns tornam-se desse meu amor, tão distantes...
Perdoai-me se Te desobedeço abrindo alguma exceção.
O autor desse crime não tem, igual a mim, um coração.

O que faz com que um filho Teu maltrate um animal?
O que o leva a dizimar florestas? Com pode ser tão mau?
Secam rios, poluem lagos, aviltam a sagrada natureza.
Sei que um dia pagaremos caro por isso. Tenho certeza!

SE O ANIMAL HOMEM NÃO INTERFERIR,
“TODAS AS ÁRVORES MORRERÃO DE PÉ!”

Ary Franco
(O Poeta Descalço)




Fundo Musical: Autumn Rose - Ernesto Cortázar

 
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