NOSSA LUA, MEU LUAR
Ary Franco
Noite linda! Luzes apagadas!
Num impulso incontido, vou sentar-me
no banco do meu jardim...
Uma brisa suave, espalha o perfume
da Dama da Noite para mim.
Vejo a lua absorto em meus pensamentos,
olhar perdido no distante firmamento.
Lua cheia, nova, crescente ou minguante,
não importa qual seja ela.
Inspiradora de poetas e seresteiros,
alentadora do amor de casais enamorados.
Quando cheia, luzente, orienta a rota do navegante
e clareia a trilha do solitário viajante.
Às vezes sobrepõe-se ao sol
quando no eclipse chega a ofuscá-lo.
Mais curiosos se voltam para ela,
atraídos pelo acontecimento.
As estrelas, em número cada vez mais crescente,
acodem em lhe fazer companhia e,
salpicando o céu, tornam minha noite mais
iluminada e quente.
Eu as ouço Bilac, eu as ouço!
“Estamos aqui, olhe nosso brilho, moço!”
Lua, de tão admirada pelo homem,
um dia conseguiu ele em lá chegar.
Alguns, ainda descrentes, indagam:
Como pôde o homem,
alcançar o lugar, de um santo que mora lá?
Interfere na maré, cria mitos e serestas.
Banhadas por sua luz prateada,
seguem-se as festas.
Sob muitas janelas ou sacadas,
lindas canções são entoadas.
Pouco a pouco me deixo enlevar,
coração a palpitar; quanto quero dizer...
Mas palavras me faltam e emudecem o meu falar.
Fecho os olhos, tudo desvanece.
Morfeu veio buscar-me para sonhos, sonhar,
e, >quem sabe, dia seguinte
melhor poetar...!
31/08/2009
Fundo Musical: Autumn
Leaves