Nada a poetar

Recebi em 17/08/2017

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Retumba agrilhoado em meu peito,

um pusilânime, quase extinto, brado pelo meu inane porvir.

Resta-me trazer o passado para o meu presente,

cônscio de que o futuro a Deus pertence.

Vivo envolto nas brumas de saudosas recordações,

evocando-as das entranhas de meus idos ontens.

Quero escrever sobre o que faço e o que pretendo fazer.

Perco-me no dispersar do nada. Caio no abismo abissal

do vácuo que se forma em minha volta.

Só me ficou deveras o que passou, o que fiz, o que chorei,

o que sorri, o que amei, o que sofri, o que gozei...

Procuro garimpar as doces lembranças e reavivá-las

em meus escritos, meus poemas, antes que um eclipse

ofusque em mim o outrora que me inspira e consola!

Não obstante, jamais me calarei diante da beleza e olor das flores,

do luar prateado que me extasia e inspira,

do mar que incansavelmente beija a areia da praia,

da beleza de uma mulher, do sorriso de uma criança,

das estrelas que salpicam o céu com seus brilhos próprios,

da folha morta caída ao chão, desgarrada de sua

árvore-mãe e pelo vento arrastada ao léu para destino ignorado.

Enfim, falarei sobre aquilo que Deus criou e nos foi legado.

Sobre o marasmo dos meus hojes...

NADA A POETAR!

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