Minhas mãos
 
Recebi em 15/06/2012

MINHAS MÃOS
Ary Franco (O Poeta Descalço)

Olho para minhas mãos. Como estão enrugadas!
Pele fina, sensíveis ao tato. Ambas manchadas...
Já foram jovens, sem rugas, eram até admiradas
Elogiadas, quando acariciava minhas namoradas.

Mãos que afagaram, agrediram e cumprimentaram,
As mesmas que trabalharam, que me alimentaram.
Quando juntas e espalmadas, oram súplicas a Deus.
Se abanadas com um lenço e lágrimas, dizem adeus.

Quando em punhos fechados, indignações incontidas.
Reprimem a perda de um ente amado, muito querido.
Inúmeras vezes trataram e fecharam doridas feridas,
Inúmeras vezes em lutas derrotadas, tempo perdido.

Companheiras por décadas, incólumes, a me servir.
Inda muito espero de vocês por todo meu porvir.
Perdão se às vezes às maltrato, em trabalho pesado,
Falta-me a destreza que tinha outrora, no passado..



Fundo Musical: Stardust - Ernesto Cortázar

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