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Embora lembrados por mim com assiduidade,
Hoje, 2 de novembro, mais aperta-me a saudade.
Como deles falar, sem lamentos, sem chorar?
Como guardar em meu peito o que quero poetar?
Partiram na derradeira viagem, somente de ida.
Pranteei-os, um após outro, paulatinamente...
Umedecem com lágrimas o cotidiano de minha vida.
Que tristeza! Como era bom o meu antigamente!
E pensar que tive-os ao alcance de minhas mãos.
Suportei sozinho a dor maior, na perda de meus pais.
Filho único, sem poder dividi-la com outros irmãos.
Foram-se, sem dizer-me adeus, sem voltarem jamais.
Antes e depois, partiram outros amados ancestrais.
Lá estava eu para doridas exéquias. É sofrer demais!
Consola-me crer que um dia estaremos juntos outra vez.
Quando não sei. Tentando saber, perco-me no talvez!
Ary Franco
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