Recebi em 12/09/2012 |
Ignoro o porquê, mas sinto-me mais próximo de Deus junto à natureza. Antes do encerramento de mais um dia, procuro meditar em meu jardim. Sento-me no banco e aprecio sob o prateado luar toda sua divina beleza. O esplendor de uma linda rosa recém desabrochada sorrindo para mim. O distante piar de uma coruja, um vaga-lume rabiscando a escuridão... O bafo umectante do sereno constante, borrifando as pétalas de cada flor. A passarada recolhida em seus ninhos e galhos, procurando acomodação. Ainda há quem ache tudo obra do acaso e não de Nosso Divino Criador. Um sorriso aflora em meu semblante e olho pra cima, para o infinito. Vejo estrelas espalhadas pelo céu, disputando entre si um maior brilhar. Amado Deus, obrigado por me dares olhos para apreciar algo tão bonito, Coração sensível que me faz admirar Tua incomensurável obra. A amar! A benfazeja Natureza adormece, descansa para o novo dia que irá raiar. O Sol ao completar seu ciclo e ressurgindo, tudo tornará a iluminar. Uma brisa suave traz até mim o inebriante perfume da Dama da Noite. Seduzido, fico imerso nesses milagres que me convidam a um pernoite. Para completar meu êxtase, chegam-me aos ouvidos harpejos angelicais. É o começo da transição da realidade para o mergulho nos meus sonhos. Está chegada a hora de me recolher. Se Deus quiser, amanhã terei mais. Voltarei feliz ao mesmo banco, longe de cogitar em um viver tristonho! Ary Franco (O Poeta Descalço) Fundo Musical: Marea Baja |