Acompanhei-te desde que eras um viçoso botão. Em pouco tempo desabrochaste numa linda flor. Sorrindo pra mim, perfumavas meu triste coração. Ouvinte de meus monólogos, sobre um ido amor. Poucos dias gozei do consolo de tua companhia. Começastes a murchar e o viço a te abandonar. Era o princípio do fim, logo percebi, eu já previa. Quando a primeira pétala caiu, comecei a chorar. Deixaste no chão um tapete, na tua despedida. Era sublime, formado de lindas pétalas amarelas, Como que a prestar-me uma homenagem sentida... Que eu fosse ao que de ti sobrou, nessa passarela. Não o fiz, catei com carinho, cada parte de ti caída; Como recordação de nossos doces instantes vividos, Comigo guardados, assim ficarão por toda minha vida. São pedaços meus, contigo compartilhados e sofridos!
Ary Franco |