Prisioneiro de ti, sinto-me cada dia mais acorrentado. Quero apagar-te de mim, mas sonho contigo acordado. Beijo-te em pensamento e quando sob o prateado luar, Vejo-te nas estrelas, no mar, no jardim, em todo lugar. Sinto teu inebriante olor, mesmo só, dentro do meu quarto. De tua indiferença, desprezo e pouco caso, já estou farto. Quem sabe amanhã apareça-me alguém para te substituir? Quiçá possa assim, livre de ti, meu caminho prosseguir! Quando partiste, disseste estar dando a minha alforria. Lembro-me como se fosse hoje. Eu chorava e tu sorrias. Foi então que, no inesperado, passei a viver numa prisão. Naquela cruel despedida, levaste contigo o meu coração. Fechando os olhos, vejo tua sedutora e magistral imagem. Tento abraçar-te, mas nada és além de uma doce miragem. Hoje ainda és o ar que respiro, o pulsar do meu coração. Minha musa inspiradora, a quem dedico esta bela canção.
Ary Franco |