Um tango para nos dois
Arneyde T. Marcheschi
No quarto silencisioso tangos
rasgam a atmosfera
posso ouvir solos de bandolins
e violinos,dedos enlouquecidos
endiabrados,
criando sons divinos.
Começo a dançar e sonhar
me deixando levar pelo
ritmo alucinante que
rasga meu coração em
lembranças e saudades.
Meus devaneios vão além
da imaginação,me conduzem
a noites inebriantes
muitos tangos, amor,
champanhe e muita paixão
no olhar.
Abriam-se as cortinas
os músicos tomavam conta
da ribalta, e nos dois do
salão iluminado, felizes
a dançar, e trocar
olhares ternos e apaixonados
que comoviam toda gente.
Hoje, no meu quarto,
danço o tango sozinha,
acompanhada de lágrimas
saudades e recordações.
Sou uma poeta triste
recolhida a devanear.
Minhas roupas já não
possuem os brilhos do ontem
meu corpo esguio,nem a
boca pintada de carmim
que lhe beijava loucamente
apaixonadamente.
Danço para trazer de volta
lembranças que imergem
das emoções, do fundo da
alma que volita lépida,
ao encontro do ser amado
que hoje nos braços de
anjos, e estrelas,repousa o
descanso da matéria que
tanto amei, no ontem.
Quando ao seu encontro
eu for, não quero choros
nem tristezas, apenas uma
orquestra de violinos e
bandolins a me embalar, e
nos seus braços me depositar,
com um vestido longo de
seda amarela, para nosso
baile terminarmos...
Vitória.E.Santo 07/08/2007
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