Poema de uma alma amarga!


Meu destino me conduz
cambaleante e torturada
pela truculência de minha
consciência pesada...
por caminhos sem fronteiras.

Por arrependimentos sem
limites, insuplantaveis,
sofro o frio úmido e dorido
do inverno rigoroso que se
faz sempre dentro de
minha alma e meu coração.

Sou uma alma solitária
sobre o pesado cardos
da exaustão, perdida num
mundo sem instintos,
sem emoções, pensamentos
lembranças,
sem nenhuma recordação.

Flagelei meu coração
para apagar todos os
resquícios,
todas as pegadas que
poderiam me conduzir
ao passado.

Me tornei prisioneira
de minh'alma,
me escondi em cavernas
frias, escuras, tétricas...
escondida pelo negrume
das noites sem nuvens,
sem lua, sem estrelas,
sem sequer um vaga-lume...

Escondo-me no meio
dos escombros carenciais,
dos meus sentimentos engessados
dos meus arroubos mais ousados.

Me castigo, por não ter
sabido lhe perdoar as faltas,
como se eu também não as
tivesse cometido tantas vezes...

Me puno, nessa solidão
com medo de encontrar
algum coração,
que eu ainda posso magoar.

Até o fim dos meus dias
viverei com esse castigo,
amargando uma insólita
e cruel solidão,
porque na minha teimosia
não aprendi que deveria
perdoar os erros
do homem que tanto me amou
que tanto amei..mas que o destino
com suas razões, não nos
permitia continuarmos juntos.
Perdoa-me!

Arneyde T. Marcheschi
Vitória - ES - 28/08/2008




Fundo Musical: Till - Rogers Wiliams
 

 
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