Se eu tivesse que galgar
a montanha mais alta do
mundo, para agradecer
à vocês, à beleza do viver,
eu iria orgulhosa.
Fincaria no topo uma
bandeira branca, com os
dizeres:
Obrigado família, por
vocês existirem e serem
a minha felicidade, a
razão sublime do meu viver.

Gostaria de poder saber
descrever com palavras e gestos,
bordados em céu de brisa,
a verdadeira essência do viver
que aprendi com vocês,
quando me perdi pelos
redemoinhos da vida.

Coração pequenino
que fica sempre a bater,
não se cansa de agradecer
e nunca irá esquecer
o que é viver com vocês.

Na minha pequenez, muitas
vezes deixei meu coração
ser tomado pela vingança
e deixei de lado, por anos,
a esperança, a fé, a religião,
só a revolta me comandava.
Mas vocês nunca me deixaram
desabar, com paciência e muita
tolerância, me reensinaram a
mudar, a perdoar, a voltar a
amar, a ter esperanças...

Com vocês construí um
belo castelo, onde abrigamos
nossa família sempre unida,
que a vida quis um dia separar.

Muita dor e sofrimento foram
entendidos, superados,
esquecidos,perdoados...
Na cartilha de família que
vocês escreveram, não
existem revoltas, nem mágoas...
apenas a palavra AMAR.

Vocês, com doçura me
ensinaram, que basta fechar
os olhos, tentar ver dentro
o que la fora já se perdeu
e recuperar a dignidade e
reconquistar a felicidade,
reconquistar o lugar na sociedade
e o direito de novamente ser
feliz, tendo paz na alma e coração.

Em seus olhos cheios de ternura,
encontrei a serenidade,
um mudo convite a reflexão,
e esquecer os dissabores
fez parte de suas orações.
Aprendi a sorrir como criança
a contrabalançar, desgostos
lamúrias, tristezas, revoltas e dor...

Em cada pedacinho de vocês
faço viagens interessantes,
tenho momentos preciosos
exuberantes e confortantes.

Minhas manhãs nascem ensolaradas
os sóis acordam a lucidez
fazem esquecer a insensatez
ouço o vento cantar e chamar
carinhosamente seus nomes:
Rodrigo, Marcela, Giovanna, André,
Enzo, Lucca...
e trazê-los para dentro de mim.
Obrigado pessoinhas queridas
despojadas de tudo material,
que me ensinaram a amar
e não deixar a vida me escapar
e nem me entregar as vicissitudes
sem lutar... sem guerrear.
Mas sem a ajuda de vocês
eu não teria conseguido sobreviver,
as batalhas que em
meu coração teimoso, pirracento
eu criei...

Acordo cada manhã,
agradecendo à Deus
pela sublimidade da vida,
em ter me dado vocês,
e rogando a mãe Maria,que
também é mãe, como eu, que
os abençoe e ilumine, e que
persistam no ato de existir,
sobrevivendo a todas as batalhas,
pois eu e vocês, filhos queridos
temos e merecemos a obrigação
de sermos felizes...

Arneyde T. Marcheschi
Vitória - ES - 26/10/2007



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