O antes e o depois!
Arneyde T. Marcheschi
No antes,
Ela, cinturinha fina, pernas grossas
sorriso maroto com seus dentes alvos
lábios carnudos
seios empinadinhos
bumbum durinho,
eita delicia de menina mulher
fruta madura no ponto ideal.
Pele sedosa, cabelos longos
um dia loiro, outro castanho,
ruivo, sempre novidades.
Maquiagem, pouquíssima,
realçava a beleza natural.
Os pés, ah os pés! Que delicia
calçava 36 no máximo,
manequim 40, estourando 42,
sempre que chegava na balança
o sorriso estampava-lhe o semblante.
Ele, coxas e músculos fortes
nada de barriguinha,
pernas torneadas grossas
peito de aço, até parecia
o homem aranha
tudo em cima tudo durinho. Depois....
Ela, comer cocada é pecado
engorda demais e ainda corre
o risco de ficar sem a dentadura.
Balança? Só a do supermercado para
pesar carnes, frutas, legumes.
Chuchu nem precisa levar, é
só se olhar no espelho, pobre
pescocinho, antes tão lisinho...
hoje tão enrrugadinho...
A boca, batom forte, para dar
um jeitinho de parecer durinha,
saia bem abaixo dos joelhos
para não mostrar as coxas roliças
e cheias de estria e celulite.
Banho de mar? Gosto não!!!
Tem muito vento e traz areia e me suja toda
fico que nem bife a milanesa.
Claro! Vai entrar dentro de um maiô
preto para disfarçar os pneus,
e daqueles com barbatana duras
para segurar o peito que hoje vai até
a cintura... cintura?
Não existe mais, tem é muito culote,
e gordurinhas espalhadas por ai,
os cabelinhos ralinhos tadinhos,
todos pintados para esconder os
branquinhos amarelinhos.
ELE... para ele é pior ainda
a mulherada só dá a mão para
ajudar a atravessar a rua, ou sentá-lo
no banco duro da praça,
para ler o jornal ou jogar dominó
com a turminha de sua idade,
a barriguinha hoje virou o Monte Everest...
pra não falar de outras coisitas mais
que descem ladeira abaixo, nada sobe mais,
nem a pipa o pobre do velho
já não consegue mais empinar...
Bem, querendo ou não essa é a nossa
verdade, podemos usar botox,
fazer implantes de silicone
plásticas mil, nos olhos então
viram todas japonesas...
tudo de olhinho puxadinho, esticadinho.
Mas o mais importante é o que nós
vivemos, a sabedoria que acumulamos durante
os anos... e hoje procuramos passá-las para os jovens...
Mas quando olhamos velhos retratos a
saudade chega de mansinho e os olhinhos
molhadinhos, mas a gente tem logo uma
desculpinha, caiu uma poeirinha...
Fala a verdade: Da saudade e muita
não é? Mas agora inventaram o tal
viagra e a mulherada se vira então!
Mas cuidado, demais pode fazer mal
e ao invés de você se divertir, você
pode ser tornar cúmplice de um
suicídio... mas temos sursis
depois dos oitenta anos nada da cadeia.
Vamos com calma, gente já vivemos e como!!!
O que vem agora é lucro total e muito legal. Vitória - E.santo 29/11/2006
sátira inspirada no papel de carta que recebi
da amiga Marly Caldas e meu lado moleca logo se inspirou kkkk  
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