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Eu na minha intimidade nua e crua.
Arneyde T. Marcheschi
Tentar me descrever na intimidade
é tarefa fácil demais...
sou taurina, mulher envolvente,
guerreira, persistente,
teimosa, modéstia a parte inteligente...
Sou apaixonada pela vida
tive alguns relacionamentos
em que mergulhei de cabeça,
com muita alegria e euforia.
No casamento fui abençoada
amei e fui amada demais.
Nesses doze anos de viuvez
fiz algumas estripulias,
me tornei menina moça outra vez!
Namorei, amei, beijei,
sem falar nas ousadias
dos meus ousados arroubos.
Não deixo tempo para pensar
em recalcitrância, nesse meu
ato gostoso de viver.
Sou muito extrovertida,
vou das lágrimas a sorrisos
rapidamente,
se escorrego, levanto, dou a volta,
alço a cabeça e me equilibro
nos meus saltos altíssimos,
sem olhar nem chorar as
marcas que ficaram para traz.
Já sofri muito, e agora rogo
à Deus,que me deixe aproveitar
os doces momentos, porque,
antes as dores me exauriram
o sentido da vida.
Após anos de análises,de paciência
vi renascer a mulher em mim, adormecida.
Não sou devassa, sou sensual,
sinto na carne o tesão,
coisa normal, nada sobrenatural,
que há tantas pessoas causa estranheza.
Quando me apaixono me doou
por inteira,mergulho no mar
de rosas e banho-me no seu
perfume erótico, lúdico,
me deixo levar pela embriaguez.
Sou vaidosa, me cuido,
procuro manter a cintura fina,
dizem que tenho um colo bonito
por uso e abuso dos decotes,
adoro saias com rasgos laterais
deixando visível meu par de pernas
ainda durinhas, sem veias, sem varizes.
Tenho meus defeitos...
quem não os tem?
Mas detesto hipocrisia, mentira,
e disse me disse,
falar da vida alheia é para mim
pura falta de ter o que fazer.
Meu tempo é muito curto,
entre meu trabalho e minhas
horas de lazer, vinte e quatro
horas não me bastam...
e ainda tenho vocês detrás dessa telinha
à quem divertir e dividir minhas
traquinagens, felicidades...
Nos fins de semana, viro perua
primo pela minha maquiagem,
roupas justas, na moda,
minhas sandálias salto agulha altíssimas,
vou pela noite a dentro, dançar
até que a madrugada se faça
criança, e me desperte como a
cinderela, para casa voltar.
Não fumo nem bebo, nem recrimino
quem o faça, apenas já sou divertida
o bastante, sem álcool na cuca,
e as poucas vezes, em que em
ocasiões especiais provei do
bom vinho e champanhe, só me
atrapalhou o romance, poisao invés de ficar acordada e acesa,
o sono veio ocupar o seu lugar,
antecipando-se a minha retirada
das baladas, e me deixando triste.
Pensando num certo passado, que
teima em fazer sombras no meu horizonte...
mas eu luto para não deixa-lo chegar.
Sentir saudades é natural,
é ser invadido pelo ontem
e dele tirar ainda, um grande fio
de esperanças,para continuar
sonhando, e no afã dos meus devaneios
ser feliz como criança,
ver a minha transformação exterior
diante dos espelhos da vida,
e me regozijar com meu mundo
interior, ainda sou e vivo como
uma menina levada da breca,
que quer mil e uma aventuras
ainda aprontar, antes que meus
olhos castanhos se fechem pra
dormir o ultimo sono...
Embora eu pense que do outro lado,
lá, além das nuvens a vida é uma
grande festa, e nos bailes
angelicais vou me reencontrar
com todos os amigos, e entes queridos
que anteciparam a partida,
e com uma grande orquestra
estão a me esperar para o baile
da minha vida continuar.
Sou assim, verdadeiramente assim
não peço que me amem,
nem peço que odeiem, nem critiquem,
peço-lhes apenas que me aceitem
assim, desse jeitinho, pois mudar não vou jamais!
Vitória - E. Santo 29/03/2007
www.vidatransparente.com.br
Obrigado Malu amada, por trazer-me
de volta a juventude, quando já
tinha meus dois filhos amados, e
essa trança que ainda conservo
solitária, numa linda caixa no
armário de minhas doces recordações.
Ah! Meus dezenove anos! que hoje
concorrem com meus 57 anos, de
uma mulher madura, mas com o coração
de criança que junto aos netinhos
faz a vida virar sempre uma festa.
Fundo Musical: Love Is A Many Splendorous Thing - Ray Conniff
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Agradecendo a minha maninha do coração, amei a arte de sua criação