Desabafo de um viciado


Por trás de luzes
fagulhas cintilantes
noite adentro
as discotecas estão
apinhada de gente
que tenta se divertir.
Muitos tentam esquecer
os problemas,
as decepções,
os desamores,
falsas ilusões.
No meio do som alto
rolam a dor e a alegria
são fatos de toda a vida
nas tramas do dia a dia.
Uns dançam, outros
cantam, bebem
se drogam...
todos se divertem.
Rola uns beijos,
uns amassos,
prenúncios do sexo
que vai rolar na madrugada,
adrenalina a mil
mulheres e homens lindos
na ilusão e paixão do
inebriante momento.
Passada a euforia
se lamentam,
a claridade da luz do dia
trouxe de volta a
realidade da vida.
Sei que nada sou,
nada represento,
não tenho amigos
não tenho amores,
devo ser invisível
como o vento,
sou apenas um pequenino
grão de areia, perdido
no mar imenso.
A companheira fiel
a bebida, a droga,
sei que é asneira
mas que fazer, se só
ela libera meus demônios
solta meus medos,
meus recalques,
mesmo que por ilusão
apenas de uma noite
me faz sentir gente...
mesmo que eu amanheça
deitado na sarjeta...
tive meus minutos de glória,
horas a menos na contagem regressiva
da vida,que logo, logo, vai me
livrar desse tormento.


Arneyde T. Marcheschi
Vitória - ES - 18/01/2007




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