Atriz coadjuvante no amor
 
Recebi em 30/07/2006
 

Atriz coadjuvante do amor

Arneyde T. Marcheschi

Nos espetáculos da vida
encenando o amor
nunca consegui ser
atriz principal.
Mesmo com minha veia teatral
meus papeis foram sempre banais,
mera coadjuvante,
atriz de segunda categoria apagada,
sem brilho.
Quando a cortina se abria
eu sorrindo aparecia
e você nem me aplaudia.
Com todos os esforços
eu de você nada conseguia...
Nos papeis românticos,
ou mesmo cômicos,
representei com o coração,
mas nunca sobressaia.
Quando as luzes se apagavam
a solidão vinha de novo
acompanhar-me.
Não importava meus esforços
no ato do amor
sempre fui coadjuvante.
Você sempre ator principal
comigo não contracenava,
me jogava para regra três,
e eu simplesmente ovacionava
com a esperança,
de um novo papel desempenhar
para sua atenção ganhar.
Hoje, papeis amarelados
cenas perdidas, esquecidas,
tomam conta da minha ribalta
escurecida, silenciosa
no velho teatro da minha
entristecida vida.

Vitoria - E. Santo - 08/07/2006
www.vidatransparente.com.br



Fundo Musical: Luzes Da Ribalta (Charles Chaplin) - Gheorghe Zamfir

 
 
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