De noite me sinto abandonada pela vida, me sinto carente,
vivendo numa encruzilhada de agonia, melancolia e saudades, de um amor fremente. Alma quebrantada pela dor
pela indiferença... das horas, que passam lentas. Trazendo fortes recordações dos misteriosos devaneios do ontem,
que acordam soluços copiosos de você, meu querido amor. Saudades inquebrantáveis de cor negra e fria, dura realidade
de uma vida solitária... Sou reclusa do meu coração, que aprisionado ficou no passado, vivenciando momentos nostálgicos
lindos demais, para se esquecer. Sinto-o como se fosse hoje, sinto-o presente nos meus dias,
nas minhas inquietas madrugadas. Meu coração não se aquieta, se agita num torvelinho, como um redemoinho
de águas escuras e profundas, de um fosso medonho em que você se escondeu... Inútil, tentar apagar da retina,
a imagem do desespero do dia em tive que sepulta-lo, para malogrado destino meu... Hoje, sozinha, choro
choro, o pranto que me dilacera as entranhas, que me ensurdece me maltrata e castiga. Que flagela meu corpo e a
minha alma ensandecida pelo seu cruel desaparecimento. Me sinto completamente, terrivelmente só.
Quiçá estivesse se avizinhando o tão esperado fim. Onde meu pranto secaria e eu a seu encontro feliz iria.
Arneyde T. Marcheschi
Vitória - ES
Fundo Musical: Anônimo veneziano
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