O QUE POSSO...
Ana Kilesse
Posso desejar-te
Querer-te por inteiro
Mas de que vale a vontade
O desejo... A ânsia
Quando o que se quer
Esvai-se na poeira
Num vendaval de emoções
Arrancando a esperança
Daquela que aflita espera
Um consolo uma afeição
Sinto-me desnuda de alma
Fraca dos sentidos
Coração amargurado
Apertado contra o peito
Ferindo a carne como espada
Não sou mais eu mesma
Somente um aglomerado
Um conjunto sem sentido
Desarticulado pela vontade
Pelo desejo frustro
Pelo simples fato
De não poder alcançar
O alvo desejado
Volto à posição fetal
Busco abrigo no ventre
Numa busca de renascer
Revigorada ao amanhecer.