Como julgar a incerteza desta vida
Sem ao menos ter podido vivenciar
Comungar com os outros seres a existência
Tão marcada, delimitada, cheia de posses
Fui marcada com ferro e fogo
Minha liberdade tirada para impedir
Que tomasse rumo diferente, do qual foi imposto
Tivesse vontade própria, vivesse sem cobranças
Castraram minha identidade para que? Não sei...
Só sei que segui caminho diverso ao meu destino
Tolhida dos mais puros sentimentos sofri...
Calada, castrada, dos instintos, dos desejos.
Só como companheira a incerteza, a dúvida.
O que é certo, o que é errado, o bem e o mau...
Como julgar o que não se conhece nem viveu
Passei pela vida sem ilusões só contradições
Ter que tomar rumo sem leme para guiar
Como fazer reviver a vida dentro deste ser
Que tudo deixou sem ao menos se importar
Que o mínimo que poderia ser feito era viver
Viver o aqui e agora, sem amanhã por vir
Sem esperar que chegue a hora para ser feliz
Um novo amanhecer de esperanças no amanha
Que esta por vir sem duvidas e receios
Só o hoje se faz presente, vigente...
Reclama o tempo perdido em divagações
Tempo inútil, tempo sem vida, tempo vazio
A dor que consome toda a alma do ser.