ÁGUIA
SOLITÁRIA
ANA KILESSE
Voe alto alce voo ao
infinito
Vislumbre lugares ainda
desconhecidos
Chegue até onde a vista pode
alcançar
És forte e saberás como se
proteger
Quando do inesperado surgir o
perigo
Águia solitária por escolha ou
imposição
Seres solitários só até quando
quiseres
Pois seu par aqui está e veio para
ficar
Desejando voos audaciosos e sem
medo
Buscou abrigo neste coração quase
rocha
Lugar de pouso tranquilo
depois de longos
voos
A rocha que se transformou em
ninho
Para abrigar
viajante deste universo
Tão diverso em sua
plenitude
Acolhe o vento que impulsiona tuas asas
Em teu voo
aproveite esta corrente
dadivosa
Para fazeres pouso
reabastecendo tuas forças
Neste aconchego
conquistado
Repouse em
confiança
Pois a rocha sempre foi teu
lugar
Encontraste em teus vôos
Diversos
e diferentes
ninhos
Ao longe vislumbrou
Um novo refúgio novo
pouso
Olhastes
desconfiado
Este que surgiu a tua
frente
Como aquietar esta ave
De grande porte
e vigor
Que busca novos
horizontes
Novas
conquistas
Ser de grande
perspicácia
Mas cansado de se
só
Precisa de
companhia
Para comungar seus
voos
Caçador de grandes
presas
Sentiu-se
ameaçado
Venerável em seu sentido
aguçado
E visão
apurada
Como bater em retirada
Se ficou preso neste
ninho
Num emaranhado de
sentimentos
De puro
prazer...
O calor deste ninho
Deixou para trás a
insegurança
Não mais voaras só águia
solitária
Tens companhia...
Verdes prados e montanhas rochosas
Serão abrigo
para novas
paradas
De puro deleite do
momento
Serás solidária não mais
solitária
Pois em teus voos
terás uma nova
parceira
Para prover o sustento do dia a
dia
E deslumbrar novos
horizontes
Para melhor
viver.