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Epícteto |
“A pessoa sábia é aquela que não se entristece com as coisas
que não tem, mas rejubila com as que tem.”

“As pessoas são movidas e perturbadas não pelas coisas, mas
pelas opiniões que elas têm delas.”

“As ovelhas não vão mostrar aos pastores o que
comeram; pelo con-trário, depois de bem digerido o pasto, dão-lhes lã e
leite. Do mesmo modo não deves desperdiçar entre ignorantes, belas
máximas; procura digerí-las e mostrá-las por meio dos teus atos.”
“Bem como há uma arte de bem falar, existe uma arte de
bem es-cutar.”
“Face a qualquer ação, pondera os antecedentes e as
consequências, e só depois, mas só depois!, começa a executá-la. Caso
não procedas assim, grande será o teu ânimo no começo, dado que não
cuidaste das dificuldades que a seguir se apresentam. Tempo depois,
quando essas dificuldades, uma a uma, se apresentarem, abandonarás a tua
tarefa de maneira vergonhosa.”
“Nada de grande se cria de repente.”
“Não busque a felicidade fora, mas sim dentro de você,
caso contrário nunca a encontrará.”
“Não há que ter medo da pobreza nem do desterro, nem
do cárcere, nem da morte. Do que há que ter medo é do próprio medo.”
“Não te alongues a contar as tuas façanhas, nem os
perigos que terás passado; não podes querer que os outros tenham tanto
prazer em escutar-te como tu em contá-los.”
“Não te digas filósofo nunca, nem fales em máximas na
presença de ignorantes, mas aja de acordo com essas máximas. Assim, num
ban-quete, não ensines como é preciso comer, mas coma de maneira
correta.”
“Numa palavra: desafia-se a si próprio como se fora um
inimigo de quem temesse várias armadilhas.”

“O excesso de cólera engendra a loucura.”
“O homem sábio não deve abster-se de participar no
governo do Es-tado, pois é um delito renunciar a ser útil aos
necessitados e uma covardia ceder o passo aos indignos.”
“O infortúnio põe a prova os amigos e descobre os
inimigos.”

“O que você ganharia em injuriar uma
pedra que é incapaz de te ouvir? Pois bem, imita à pedra e não ouças
as injúrias que te dirigem teus inimigos.”

“Os mais severos e frequentes males são aqueles que a
imaginação nos faz alimentar.”
“Procura limpar a vasilha antes de
lançar nela seja o que for; quer dizer, antes de pregar a virtude,
reforma os teus costumes.”

“Projete os males em sua mente. Exílio, tortura,
guerra, naufrágio.”

“Qual é a primeira coisa que deve fazer quem começa a
filosofar? Rejeitar a presunção de saber. De fato, não é possível
começar a aprender aquilo que se presume saber.”
“Qualquer lugar onde alguém está contra a sua vontade
é, para este alguém, uma prisão.”
“Qualquer pessoa capaz de te irritar se torna teu
mestre; ela conse-gue te irritar somente quando você se permite ser
perturbado por ela.”

“Quando você decidiu que uma coisa tem que ser feita,
e a está fazendo, nunca evite de ser visto fazendo-a, mesmo que uma
mul-tidão possa provavelmente julgá-la inapropriada. Pois se você não
está agindo corretamente, evite o ato em si; se estiver agindo
corre-tamente, no entanto, porquê temer a censura errada?”
“Os prazeres raros são os que mais nos deleitam.”

“São as dificuldades que mostram as pessoas.”
“Se alguém bebe muito vinho, não deverás dizer: “É um
erro”. Melhor será que digas: “Bebeu muito vinho”. Antes de teres
conhecido a razão que levou alguém a agir daquele modo, como podes tu
saber se alguém agiu bem ou mal? E só deste jeito não correrá o risco de
fazer falsos julgamentos.”

“Se dizem mal de ti com fundamento,
corrige-te; caso contrário, ria.”

“Se não tens vontade de ser frustrado jamais em teus
desejos, não desejes senão aquilo que depende de ti.”
“Se o problema possui solução não devemos nos
preocupar com ele. E se não possui solução, de nada adianta nos
preocuparmos.”
“Se você não pode falar bem de uma pessoa, é melhor
não dizer na-da.”
“Sinais daquele que evolui: não insulta ninguém, não
louva ninguém, não se queixa de ninguém, não acusa ninguém, nada diz de
si próprio como coisa importante – e nunca afirma saber o que quer que
seja. Quando embaraçado e contrariado, só a si próprio se
responsabiliza.”
“Um adulador parece-se com um amigo, como um lobo se
parece com um cão. Cuida, pois, em não admitir inadvertidamente, na tua
casa, lobos famintos em vez de cães de guarda.”