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sobre o Barão de Itararé |
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Apparício Torelly -
Barão de Itararé |
Apparício Torelly
Nome completo: Aparício Fernando de Brinkerhoff Torelly
Pseudônimo(s): Barão de Itararé, Apporelly
Nascimento: 29 de janeiro de 1895
Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil
Morte: 27 de novembro de 1971 (76 anos)
Rio de Janeiro, Guanabara, Brasil
Nacionalidade: brasileiro
Criador do jornal “A Manhã”, o Barão
ridicularizava ricos, clas-se média e pobres. Não perdoava ninguém,
sobretudo políti-cos, donos de jornal e intelectuais.
Ele não era barão, é claro. Mas
deu-se o título de nobre e no-bre se tornou. O primeiro nobre do humor
no Brasil. Debocha-va de tudo e de todos e costumava dizer que, “quando
pobre come frango, um dos dois está doente”.
Ele é um dos invento-res do contra politicamente correto.
Há muito que o gaúcho Apparício
Fernando de Brinkerhoff To-relly, o Barão de Itararé (1895-1971)
merecia uma biografia mais detida. Em 2003, o filósofo Leandro Konder
lançou “Ba-rão de Itararé O
Humorista da Democracia”
(Brasiliense, 72 páginas). O texto de Konder é muito bom, mas, como é
uma biografia reduzida, não dá conta inteiramente do personagem, uma
espécie de Karl Kraus menos filosófico mas igualmente cáustico.
Quatro anos depois, o jornalista
Mouzar Benedito lançou o opúsculo “Barão
de Itararé Herói de Três Séculos”
(Expressão Popular, 104 páginas). É ótimo, como o livrinho de Konder,
mas lacunar. No final, há uma coletânea das melhores máximas do
humorista.
Frases impagáveis do Barão de
Itararé
“A alma humana, como os bolsos da batina
de padre, tem mistérios insondáveis.”
“A criança diz o que faz, o velho
diz o que fez e o idiota o que vai fazer.”
“As duas cobras que estão no anel
do médico significam que o médico cobra duas vezes, isto é, se cura,
cobra, e se mata, co-bra.”
“A forca é o mais desagradável dos
instrumentos de corda.”
“A moral dos políticos é como
elevador: sobe e desce. Mas em geral enguiça por falta de energia, ou
então não funciona defi-nitivamente, deixando desesperados os infelizes
que confiam nele.”
“A televisão é a maior maravilha
da ciência a serviço da imbe-cilidade humana.”
“De onde menos se espera, daí é
que não sai nada.”
“Devo tanto que, se eu chamar
alguém de “meu bem”,
o banco toma!”
“Dizes-me com quem andas e eu te
direi se vou contigo.”
“Em todas as famílias há sempre um
imbecil. É horrível, por-tanto, a situação do filho único.”
“Este mundo é redondo, mas está
ficando muito chato.”
“Eu Cavo, Tu Cavas, Ele Cava, Nós
Cavamos, Vós Cavais, Eles Cavam. Não é bonito, nem rima, mas é
profundo...”
“Genro é um homem casado com uma
mulher cuja mãe se mete em tudo.”
“Mantenha a cabeça fria, se quiser
ideias frescas.”
“Não é triste mudar de ideias,
triste é não ter ideias para mu-dar.”
“Negociata é um bom negócio para o
qual não fomos convida-dos.”
“Neurastenia é doença de gente
rica. Pobre neurastênico é malcriado.”
“Nunca desista do seu sonho. Se
acabou numa padaria, procure em outra!”
“O banco é uma instituição que
empresta dinheiro à gente se a gente apresentar provas suficientes de
que não precisa de dinheiro.”
“O casamento é uma tragédia em
dois atos: um civil e um reli-gioso.”
“O diploma não encurta as orelhas
de ninguém.”
“O fígado faz muito mal à bebida.”
“O que se leva desta vida é a vida
que a gente leva.”
“O tambor faz muito barulho, mas é
vazio por dentro.”
“O uísque é uma cachaça metida a
besta.”
“O voto deve ser rigorosamente
secreto. Só assim, afinal, o eleitor não terá vergonha de votar no seu
candidato.”
“Os homens nascem iguais, mas no
dia seguinte já são diferen-tes.”
“Pobre, quando mete a mão no
bolso, só tira os cinco dedos.”
“Precisa-se de uma boa
datilógrafa. Se for boa mesmo, não precisa ser datilógrafa.”
“Quem empresta, adeus.”
“Quem não muda de caminho é trem.”
“Sábio é o homem que chega a ter
consciência da sua ignorân-cia.”
“Tempo é dinheiro. Paguemos,
portanto, as nossas dívidas com o tempo.”
“Tudo é relativo: o tempo que dura
um minuto depende de que lado da porta do banheiro você está.”
“Tudo seria fácil se não fossem as
dificuldades.”
“Viva cada dia como se fosse o
último. Um dia você acerta...”
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