Sexta-feira Santa
Poetisa Maria da Fonseca


Triste Dia, meu Senhor!
Pelos Cristãos venerada,
A Sexta-feira Maior,
Todos os anos sagrada.

O céu cinzento da Dor
De Vos ver assim sofrer.
Cristo, nosso Redentor
Quis a todos proteger.

Sinto o vento sibilar
E os ares demais pesados.
Foi Jesus a agonizar
Há dois mil anos passados.

As aves não recolhidas
Continuam a piar.
'Stão as árvores despidas,
Não as podem abrigar!

Da Via-sacra, é a hora,
Na igreja, ao entardecer.
'Stá a cair a noite agora
E a começar a chover.

Todos seguem, respeitosos,
De Jesus Cristo, a Paixão.
Gente com olhos chorosos,
Simples como o bom ladrão.

Pregado naquela Cruz,
Símbolo da nossa Fé,
Veio dar ao mundo a Luz,
Que a nossa Salvação é!

Santo Dia, meu Senhor!
Divino e Martirizado,
Envolve-nos com Amor,
Vosso Filho muito Amado!

Maria da Fonseca
Lisboa - Portugal



 

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