Eugénio de
Sá
Pezitos morenos Calções remendados Bem pouco serenos Uns olhos pequenos De mágoas toldados
Nas ruas doiradas Dezembro é andado Há contos de fadas Um mundo encantado Só p’ra alguns
contado
A noite que chega E com ela o frio Comida fumega Convite ao fastio Num vão desafio
O menino sonha Um sonho acordado Carinha tristonha Corpo acocorado Repousa cansado
A cidade inteira Veste-se de festa Longe da soleira Da porta modesta Onde dorme o sonho …que a sorte detesta
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