É
NATAL!...
Anna
Peralva
As ruas são
frias,
as noites
escuras
e
sombrias...
A fome me
enfraquece
e perambulo todo
dia,
não tenho lugar
certo,
sou filho da
rua...
A vida já me
esqueceu
faz
tempo
e já me
contento
com as
migalhas
de quem já
comeu.
Tenho
sede
e muito
medo,
não durmo
para a luz
clarear mais
cedo.
Sempre em
vigília
sigo minha
trilha...
Tenho meus
sonhos,
mas os
escondo
nos
escombros
da minha
sina...
Não sou
vagabundo,
sou fruto da
desventura
da infeliz
criatura
que não conhecia
o amor
e de
tão descontente,
me
abandonou...
E assim vou
seguindo,
alma em
lamentos
no corpo os
tormentos
nesse mundo tão
desigual.
Mas não
importa,
não bato em
nenhuma porta
pois conheço o
meu lugar.
De longe, fico a
olhar
as casas
iluminadas,
família
reunida,
o abraço
fraternal,
presentes, ceia
farta,
a alegria da
criançada
que foi
abençoada...