Aos Jovens de Hoje
CC: Aos de Ontem e aos de Amanhã


Assunto: O Natal
Sandra Fayad


1- UM POUCO DE HISTÓRIA

       Os critérios para marcação do tempo e a definição da data de 25 de dezembro como comemorativa do Natal, ainda hoje, geram questi-onamentos e provocam especulações.

       Existem registros de que, há mais de quatro mil anos na Suméria,  Babilônia e Egito, se contava o tempo com base nos ciclos lunares, sempre com a definição do número de dias do ano civil em torno de 365. Outros parâmetros como o Sol, o Planeta Vênus e as quatro esta-ções também serviram a esse propóstio. O calendário dos Maias (2000-1500 AC) é um exemplo disso.

 
      Segundo o Prof. Renato Las Casas, atualmente existem cerca de quarenta calendários no mundo, dos quais se destacam o Islâmico, o Hebreu e os Cristãos, que se subdividem em Juliano e Gregoriano. Este último é o que está incorporado oficialmente a nossa vida desde 24 de fevereiro de 1582, quando o Papa Gregório XIII, acolhendo as decisões do Concílio de Trento, o instituiu por decreto. O autor é o astrônomo napolitano Aloysius Lilius.

       No entanto, o calendário cristão existe desde o ano 532 da nossa era (ou ano 248 da era Diocletiana), quando Dionysius Exiguus, um cal-culista do Papa, que fazia os complicados cálculos para a determina-ção da Páscoa, sugeriu que a contagem do tempo tivesse início no ano do nascimento de Cristo. Não se sabe dos cálculos, provas, etc. que Dionysius usou para fixar o nascimento de Cristo em 532 anos atrás, no dia que passou a ser 25 de dezembro do ano um (erroneamen-te, segundo o professor Las Casas). O início da era Cristã ficou sendo, desta maneira, 359 dias antes daquele que Dionysius presumiu ser o dia do nascimento de Cristo.

       Consta da Enciclopedia de la Religión Católica declaração que “O motivo de a Igreja Católica escolher essa data para a festividade pa-rece ser a tendência de substituir festividades pagãs por festividades cristãs...”.  Sabemos que em Roma, naquela época, os pagãos consa-gravam 25 de dezembro como o dia da celebração de natalis invicti, ou seja, o nascimento do ‘sol invencível’.

       A Enciclopedia Hispánica também observa: “A data de 25 de de-zembro para a celebração do Natal não resultou de cálculos precisos do nascimento de Jesus, mas de dar caráter cristão às festividades do solstício do inverno, que eram celebradas em Roma.” De fato, como os romanos celebravam o nascer do sol no céu do inverno, com fes-tança e troca de presentes, as autoridades da igreja relutavam em acabar com algo tão popular. Assim, resolveram dar um caráter cris-tão à celebração por chamá-la de nascimento de Jesus, em vez de nascimento do sol.

2- A MENSAGEM


 
      Há muito tempo, o dia 25 de dezembro é de qualquer forma um dia festivo, em que as pessoas se alegram e se presenteiam. Associado a Jesus Cristo, que ninguém duvida que nasceu, pregou, modificou comportamentos e influenciou os destinos da humanidade, há que re-pensar também a nossa própria existência. Nela, seria bom que consi-derássemos aquilo que estamos fazendo  com cada momento da vida em família e em sociedade, já que somos efêmeros e dispomos de pouco tempo para agir, modificar, aperfeiçoar.

       Desta vez, quero enviar uma mensagem aos mais jovens, àqueles que estão estudando, buscando um lugar melhor no mercado de traba-lho, crescendo enquanto construtores do futuro para si e para seus descendentes.

 
       A esses, peço que olhem para baixo enquanto caminham, para confirmar que sobe seus pés não há ninguém que possa sair ferido durante a troca de passos; que olhem para as laterais enquanto correm, para evitar que o movimento ágil dos seus braços fortes derrube crianças e velhos frágeis; que, de vez em quando, olhem para trás para ver se não ficou ninguém importan-te caído, sem forças para erguer-se e acompanhá-los;  que olhem para cima, para que em seus saltos olímpicos não se choquem  com o sol e se derretam com seu calor.

       Alguns de vocês podem desprezar os padrões de comportamento tradicionais relacionados com valores familiares e sociais, cultivados quando a mobilidade e as mudanças eram mais lentas. A esses sugiro que tentem criar uma nova ordem. Mas fundamentem seus prin-cípios no amor ao próximo,  sob pena de “não pegar”, porque, em toda a história da humanidade e para sorte nossa, a única regra que ainda não caducou é essa.

       Ser feliz é mais que lutar por um ideal, que construir uma vida de sucessos, que festejar, que estarinouon”. É estar tambémout”. Estejam fora da indiferença em relação aos que não fazem parte da sua turma;  fora da alienação ao que se passa dentro da sua própria casa; fora da sensação de ser todo poderoso, invencí-vel como querem sugerir os sofisticados jogos eletrônicos e os filmes de Hollywood; fora da convicção de que a sua geração é a única a marchar com o passo certo em toda a história da humani-dade.

 
      Dessa forma, vocês estarão deixando também sua marca registra-da,  legível e admirada, em algum ponto do Planeta, como fez Jesus Cristo há mais de dois mil anos, através de exemplos e discursos sobre amor, respeito e solidariedade como norma a ser praticada por todos, em todos os pontos da Terra.

BOAS FESTAS!

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