Reminiscências Natalinas
Que saudade dos Natais,
vividos na minha infância!
Quando meu velho Pai em casa chegava,
trazendo meu esperado pinheirinho,
para que minha mãe e eu o decorasse.
Consigo sentir ainda, o aroma que da árvore emanava!
Não satisfeita, meu nariz entre os galhos colocava,
com avidez sorvia o perfume...
Sem compreender, que através desse ato,
em minha memória eu o perpetuava!
Recordo-me da primeira vez,
que a pequenina árvore foi iluminada!
Mal anoitecia eu no jardim estava,
hipnotizada, admirando as luzes que para mim piscavam...
Dias passando, pinheirinho secando, perfume acentuando!
Ao repicar os sinos da matriz na Grande Noite,
com luar ou temporal, trajava-me com vestido especial.
Confeccionado, caprichosamente por minha mãe,
com fervor a Missa do Galo assistia.
Ceia em casa não havia, existia só almoço em família...
Na expectativa de adormecer,
Minha última oração fazia,
lembrava ao bom velhinho,
que naquela noite, as luzes não se apagariam...
Que na janela, teria um sapatinho!
Com grama, para suas renas famintas.
Confiante... alegre adormecia!
Alguns Natais foram felizes,
outros profundamente tristes...
Das desilusões... amargas lembranças guardei...
Mesmo querendo, não dá para esquecer!
Só que os felizes momentos que vivi,
Em preciosidades transformei.
Cuidadosamente em porta joia guardei.
Quando a saudade, em meu coração bate...
Refugio-me no sótão das boas recordações.
Tento assim, amenizar minha dor!
Procuro nesse momento, uma prece fazer.
Elevando o pensamento com amor, aos protagonistas,
dos atos mais importantes da minha história,
Meus queridos pais!
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