Professores de todo território nacional recebem com boa vontade, em suas
classes, alunos portadores de deficiência, e é por isso que defendo
arduamente essas pessoas maravilhosas.
Infelizmente, sozinhos, mesmo com curso de especializa-ção, esses dedicados
mestres não conseguem - nem conseguirão - alfabetizar satisfatoriamente os
que portam deficiência intelectual e sensorial.
Se para uma avaliação de uma deficiência se faz necessário um atendimento
individual, com fonoaudiólogo, psicólogo, médico, fisioterapeuta, terapeuta
ocupacional, psiquiatra e outros profis-sionais da saúde, como se pode
exigir de um professor, que para prepará-lo intelectualmente, sozinho, numa
classe comum, de uma escola municipal ou estadual, onde há 35 crianças, às
vezes até mais, dê atenção dirigida ao aluno portador de deficiência, e
ainda, ministre aula a todos os outros alunos ao mesmo tempo?
Isso é uma exigência fora de propósito, pois está além das possibilidades do
mestre atender a todos com o mesmo nível de atenção.
Se o professor atender à pessoa com deficiência, seguindo o ritmo lento da
mesma, o restante dos alunos sairão prejudicados; se, ao contrário, ele
seguir o ritmo normal da classe, fará com que o portador de deficiência se
sinta inseguro por não conseguir acompanhar seus colegas, e isso o deixará
desmotivado e muitas vezes com complexo de inferioridade.
Como acompanhei dia-a-dia as aulas de minha filha e vi suas dificuldades e
as dificuldades de outros iguais a ela, insisto que numa classe onde houver
um portador de deficiência intelec-tual ou sensorial, um professor sozinho
não conseguirá, a contento, ensinar numa mesma aula, sozinho, todos alunos,
de forma correta e com total aproveitamento deles. Por isso, deve haver em
classe, além do mestre, um auxiliar especializado para dar ao portador de
deficiência condição de acompanhar convenientemente as aulas ministradas.