A vida sempre surpreende. Ou talvez se deva dizer que a
morte surpreende a vida? Afinal, ela sempre aparece em momento inoportuno.
Quando estamos para nos aposentar e gozar do que conside-ramos
um
merecido descanso. Ou quando estamos nos preparando para o casamento.
Ou, ainda, quando acabamos de passar por um concurso que nos garantiria uma carreira de sucesso.
Por isso mesmo, nunca devemos deixar para amanhã as de-clarações de
afeto.
Por vezes, tivemos um professor que nos influenciou muito e realmente deu
sentido, propósito e direção à nossa vida. Entretanto, nunca reservamos um tempo para lhe agradecer.
De repente, ele morre e ficamos a pensar: "meu Deus, ao menos eu
deveria lhe ter escrito uma carta."
De outras, brigamos com alguém e punimos a pessoa com nosso silêncio. Passam-se os dias, os meses, os anos.
E continuamos com a punição. Aí a pessoa morre.
O que acontece? Quase sempre o remorso nos alcança e co-meçamos a
cogitar: "eu devia ter falado com ela."
Para compensar a nossa culpa, vamos à floricultura e com-pramos muitas flores, para enfeitar o caixão, a sala mortuária, o túmulo.
Teria sido muito mais compensador ter comprado algumas flores antes,
um pequeno ramalhete e ter tentado fazer as pazes. Reatar a afeição.
É até possível que a pessoa rejeitasse as flores, as jogasse
no chão. E
nos desse as costas. Mas, então, o problema não seria mais nosso, mas exclusivamente dela.
Um dos exemplos mais comoventes a respeito do arrependi-mento
por
deixar para depois, nos vem de uma carta escrita por uma jovem americana ao
namorado.
É mais ou menos assim: "lembra-se do dia em que eu pedi emprestado
seu carro novo e o amassei?
Achei que você ia me matar, mas você não me matou.
Lembra-se de quando eu o arrastei para ir à praia, e você disse que
ia
chover, e choveu?
Pensei que você fosse dizer: 'eu não a avisei?', mas você não falou.
Lembra-se da época em que eu paquerava todos os rapazes
para lhe
fazer ciúmes, e você ficava com ciúmes?
Achei que você fosse me deixar, mas você não me deixou.
E quando deixei cair torta de amora nas suas calças novas?
Pensei que você nunca mais fosse olhar para mim, mas isso não aconteceu.
E quando me esqueci de lhe dizer que o baile era a rigor, e você apareceu de jeans?
Achei que você fosse me bater, mas você não me bateu.
Havia tantas coisas que eu queria fazer para você quando você voltasse do Vietnã...
Mas você não voltou..."
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Não permitamos que a morte
arrebate a chance de dizermos o quanto
amamos as pessoas.
O quanto elas
são importantes para nós. Pode ser uma avó, um irmão,
um amigo.
Não
necessariamente somente pessoas do círculo familiar. Aprendamos
a esboçar gestos de amor e a dizer palavras que alimen-tam a alma do outro.
Mesmo que um
dia alguém nos tenha dito que não é bom o outro saber
que o amamos, porque se aproveitará de nós.
Mesmo que
outro alguém tenha insinuado que parecemos tolos quando
ficamos afirmando a intensidade do nosso amor, da nossa
amizade e da nossa
ternura.
O ser mais
perfeito que andou pela Terra, o Mestre Galileu, não temeu
demonstrar amor e dizer: "amai-vos como eu vos amei."
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Equipe de
Redação do Momento Espírita com base no cap.
"O Casulo e
a Borboleta", do livro O Túnel e a Luz,
de Elisabeth Kübler-Ross, ed. Verus.
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Site Momento de Reflexão
www.reflexao.com.br
Fundo Musical: Impossible dream
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