Perdoa-te

Recebida em 20/03/2013


Conta-se que, quando Maria de Magdala deixou-se penetrar pela mensagem do Suave Rabi da Galiléia, uma onda de questionamen-tos lhe invadiu a alma.

Ela, a grande pecadora, que buscava o amor de forma equivocada na tentativa de preencher o vazio da alma, diante da proposta de amor que aquele Homem singular lhe apresentava, pôs-se a medi-tar e sentiu-se uma mulher em escombros.

Num lindo dia, daqueles em que a brisa da primavera traz consigo o perfume das flores para suavizar os caminhos dos que se deba-tem pelas estradas terrenas, ela travou um diálogo singular com o Messias de Nazaré.

Abriu seu coração ao Amigo, dizendo que era um trapo de mulher e que seria difícil ser aceita por Deus, já que cometera tantos desati-nos. Por onde começar, ou recomeçar?

O Mestre, com o olhar sempre compassivo, apontou pela janela um determinado quadro e lhe perguntou: O que vês lá, minha filha?

Ela observou o quadro e respondeu: Vejo uma casa em ruínas, Se-nhor.

E então, não vês que ela está recoberta com lindos ramos e flores? Se Deus lança sobre os escombros de uma casa em ruínas as formo-sas buganvilles, o que não lançará sobre um de seus filhos que queira renovar a paisagem íntima?

Naquele instante, os olhos de Maria se encheram de lágrimas, sin-ceramente brotadas das profundezas da alma.

Uma onda diferente a invadiu. Era como se um suave perfume pe-netrasse sua intimidade abrindo um horizonte novo: a esperança nascia.

Revitalizada pelas palavras do Profeta de Nazaré, Maria de Magdala logo deu início à obra de redenção particular.

Entendia agora o que Jesus quis dizer com as flores recobrindo a casa em ruínas. Sentia que era a oportunidade bendita que a Mise-ricórdia Divina lhe oferecia para refazer os caminhos equivocados.

Passou a atender os sofredores, os desalentados, os mortos-vivos corroídos pela lepra.

Nesse ministério, na medida em que aliviava o sofrimento alheio, Deus lhe supria as forças e lhe iluminava a alma.

Foi assim que a mulher equivocada conseguiu superar as dificulda-des do caminho, superando-se a si mesma.

Foi assim que Maria de Magdala conseguiu perdoar-se.

Conseguiu empreender a caminhada para a felicidade que Jesus afirmou ser possível a todos, com as palavras: Quem quiser vir após mim, tome a sua cruz, negue-se a si mesmo e siga-me.

Ela negou-se a si mesma, esqueceu as carências e apostou tudo na felicidade que haveria de vir logo mais. E conseguiu seu intento.

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Se, às vezes, você se sentir como se estivesse em escombros, lem-bre-se da afirmativa de Jesus: Se Deus recobre com flores perfu-madas uma casa em ruínas, o que não lançará sobre um de Seus fi-lhos que queira mudar a paisagem íntima?

Deus nos oferece sempre uma nova chance de acerto. Enfeita a nossa vida com as belezas naturais. Permite o perfume das flores, o canto dos pássaros, a amizade sincera, a companhia dos afetos.

A nós só resta a decisão firme de mudar a nossa paisagem interior.

Assim sendo, roguemos a Deus que nos sustente as forças e come-cemos, sem demora, essa nobre empreitada.

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Redação do Momento Espírita com base no cap. 20,
do livro Boa nova, pelo Espírito Humberto de Campos,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.
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Redação do Momento Espírita

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