Você já se perguntou alguma vez sobre os objetivos do
casamento?
Sim, porque algum objetivo o Criador deve ter para
fazer da união de dois seres uma lei da natureza.
Talvez, refletindo superficialmente você responda que
o objetivo do casamento é a perpetuação da espécie humana.
Mas será só isso?
Na verdade, o casamento marca grande progresso na
marcha evolu-tiva da humanidade.
E, por quê?
Porque Deus visa não somente a procriação, mas também
a evolu-ção moral dos seres.
É assim que o casamento se constitui numa excelente
oportunidade de crescimento para aqueles que sabem aproveitá-la bem.
Quando duas pessoas resolvem, de comum acordo, viver
sob o mes-mo teto, desde logo terão chances de melhoria individual.
E a primeira delas é vencer o egoísmo.
Sim, porque o que antes era “meu”,
agora passa a ser “nosso”.
Antes de casar, era o “meu”
quarto, o “meu” carro, o “meu”
apa-relho de som, o “meu”... O “meu”...
No primeiro dia de convivência mútua, deverá ser o “nosso”
quar-to, o “nosso” carro, o “nosso”
aparelho de som, e assim por dian-te.
Com o passar dos dias os pares vão se conhecendo
melhor, e perce-bem que o outro não era bem aquilo que parecia ser.
Bem, nosso par tem algumas manias que desaprovamos, e
que só notamos graças a convivência diária.
Eis uma ótima oportunidade para aprender a dialogar e
resolver conflitos como “gente grande”.
Depois surgem mais alguns membros para nos ajudar a
treinar ou-tras virtudes: chegam os filhos.
Agora temos que dividir um pouco mais, e isso nos
torna menos egoístas.
Devemos dividir mais a atenção, treinar a renúncia,
aprender a passar noites sem dormir, tropeçar em fraldas sujas, correr para
o médico nas horas mais impróprias, perder o filme que gostaríamos de
assistir... a novela... o telejornal.
A cama, que antes era só minha e passou a ser nossa,
agora tem mais alguém nela, disputando espaço.
E não é só o espaço físico que o pimpolho reclama, ele
quer nosso carinho, nossa atenção, nossa companhia, nossa proteção.
E aí temos a grande oportunidade de aprender a superar
o ciúme, o medo, a insegurança, o desejo de posse exclusiva sobre o nosso
par, para amparar esse serzinho que chegou para ficar.
Junto com tudo isso herdamos, também, a família do
nosso cônju-ge, que nem sempre nos parece uma boa aquisição.
Eis um grande desafio para aprender a fraternidade
pura, a tole-rância, o desprendimento, a amizade e outras tantas virtudes
que ainda não possuímos.
Ademais, para cumprir bem o papel que um dia
aceitamos, unindo-nos a alguém de livre e espontânea vontade, é preciso que
os dois pilares do templo chamado lar permaneçam firmes até o fim.
Quando isso não acontece está declarada a vitória do
egoísmo.
Está declarada a nossa falência enquanto seres que
desejamos su-perar os limites e alcançar paragens mais felizes.
Talvez você não concorde com todos esses arrazoados,
no entanto, seria bom refletir sobre o assunto.
Há casos de pessoas que optam por não se casar,
assumindo, decla-radamente seu egoísmo.
Com certeza irão responder perante a própria
consciência e a cons-ciência cósmica pela decisão tomada.
Considerando que nem todos nascem com o compromisso de
se ca-sar, obviamente estamos falando daqueles que tinham assumido esse
compromisso, antes de renascer.
Aquele que se casa e promete conviver bem com seu par
e com os filhos que Deus lhes envia, mas abandona o barco ao menor indício
de tempestade, certamente será responsável pelos destinos daque-les que
abandona à própria sorte.
Isso será, fatalmente, sementeira de amargura num
futuro próximo ao distante, cuja colheita será obrigatória.
Por todas essas razões, vale a pena pensar ou repensar
os nobres objetivos que a divina sabedoria estabeleceu com a união de dois
seres.
Vale a pena refletir sobre o que queremos para nós.
Refletir sobre as forças internas que devem nos elevar
acima dessa miséria moral chamada egoísmo.
Ou será que vamos “jogar a
toalha”, numa demonstração tácita de derrota para esse monstro cruel?