O menino ainda não tinha dez anos.
Seus cabelos claros cobriam-lhe a testa
displicentemente.
Seus olhos tinham uma expressão de viva curiosidade.
Aproximou-se da mãe e, sem cerimônia, questionou-a: “mamãe,
o que você quer que eu seja quando crescer?”
A mãe deixou os afazeres de lado e olhou demoradamente
o pe-queno.
“Por que a pergunta, meu bem?”
– devolveu o questionamento ao garoto.
“Ah, mamãe!”, disse suspirando, “hoje,
na escola, meu amigo me disse que ele vai ser médico porque seu avô é médico
e seu pai também. Então, fiquei pensando nisso. O que você e o papai que-rem
que eu seja?”
O rostinho do menino tinha um traço de apreensão.
“Meu querido, disse ela
abraçando o garoto, eu tenho apenas dois pedidos para lhe fazer. Quero que
você seja correto e que seja fe-liz.”
Beijou suavemente a testa do filho que, insatisfeito
com a respos-ta, afastou-se para poder fitar a mãe diretamente.
“Não, mamãe! Qual profissão você
quer que eu tenha quando cres-cer?” – voltou à tona achando que não
havia sido compreendido.
“A escolha da sua profissão, meu
filho, cabe apenas a você. Isso não me compete, tampouco me causa maiores
preocupações. O que eu quero de você é outra coisa. Ou melhor, como eu lhe
disse, tenho apenas dois pedidos a lhe fazer. Vou repeti-los e explicá-los.
Quero que você seja correto.
Isso significa que espero que você escolha o caminho
do bem sem-pre, mesmo que ele seja mais longo ou mais difícil.
Que pense nas consequências dos seus atos, para você e
também para os outros.
Que não tema a verdade, nem a justiça.
Ao contrário, que as busque sempre com serenidade e
persistência.
O segundo pedido, que é tão importante quanto o
primeiro, é que você seja feliz.
Isso quer dizer que espero que, apesar das
dificuldades da vida, vo-cê tenha sempre confiança em deus.
Que acredite na justiça divina e que jamais se
entregue ao sofri-mento.
Que você tenha o coração cheio de amor e de coragem
para seguir em frente, sempre.”
A mãe acariciou o menino, afagando-lhe os cabelos com
doçura e concluiu: “para mim, meu filho, o que
interessa é como você vai ser e não o título que vai carregar.”
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Por vezes, sentimo-nos tentados a buscar
realizar nossos sonhos frustrados por meio de nossos filhos.
Induzimos nossos jovens a concretizar ideais de vida
que não são os deles.
Fazemos que eles busquem objetivos que, na verdade,
eram nos-sos.
Por mais promissoras que sejam algumas carreiras e
profissões, não cabe a nós, pais, escolher os caminhos que nossos filhos
trilharão.
Nosso dever é prepará-los para que sejam homens e
mulheres de bem.
Altos salários e títulos de honra nada são se a alma
permanece atormentada pela tarefa não cumprida e pelo compromisso
aban-donado.
Se queremos que eles sejam realmente felizes, cabe-nos
orientá-los para que busquem a senda da retidão moral. Somente assim nossos
amores serão capazes de alcançar a felicidade possível nes-te mundo.
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Equipe do site
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Redação do Momento Espírita
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