Mestres verdadeiros

Recebida em 01/04/2010


Ouvindo atentamente os jovens que frequentam as salas de aula pode-se perceber que, salvo raras e honrosas exceções, há grande lacuna entre os alunos e seus mestres.

Isso ocorre porque nem sempre aqueles que têm o dever de ensinar e orientar, estão preparados para esse mister.

Poucos são os mestres que conseguem acessar a intimidade de seus educandos, a fim de extrair, da alma que pretendem orientar, suas verdadeiras necessidades.

Poderíamos dizer, parafraseando o evangelho, que “são cegos con-duzindo cegos”.

Se o professor não tiver lucidez quanto à responsabilidade que lhe cabe na tarefa de educar, de formar o cidadão, não será um bom mestre.

O que geralmente ocorre é uma intensa tortura por parte dos edu-cadores.

Recentemente um jovem, estudante de direito, contou que alguns de seus professores fazem terrorismo com os alunos.

Um deles chegou a dizer: “vocês são todos uns incompetentes eu ainda vou pisar no pescoço de vocês lá fora, quando tiverem que me enfrentar num tribunal.

Um dos alunos olhou calmamente para o professor e lhe disse: “se isso acontecer ficará provada a sua falência como mestre.

O arrogante e inseguro advogado, tentando disfarçar a própria rai-va, perguntou: “como assim?

E o aluno, mais sábio que seu orientador, disse: “sim, porque a nossa incompetência será a prova de que não tivemos um bom mestre.

Sem um argumento que pudesse derrubar essa verdade incontestá-vel, o professor se calou.

O profissional que age dessa maneira, prova sua insegurança, seu medo da concorrência que seus alunos podem representar no mer-cado de trabalho, e deseja esmagar seus sonhos de ser um bom profissional.

Esses terroristas das salas de aula deveriam repensar sua missão de educadores e ajustar o ângulo de sua visão.

Esquecem-se de que a maior prova de que são bons mestres, será o desempenho de seus pupilos.

Lamentavelmente, uma parcela destes educadores não se dá conta disso.

São homens frustrados, inseguros, e temem perder seu salário para os novos profissionais que entrarão no mercado de trabalho. É só o que se pode deduzir de atitudes como essas.

Aliás, a única coisa que interessa para pessoas que agem assim, é o salário. O cumprimento da missão de orientar almas, não é levado em conta.

Se você é professor considere que, para ser um mestre verdadeiro é preciso fazer mais do que simplesmente passar informações, avaliar e dar notas aos educandos.

Você precisa, primeiramente, despertar o interesse dos jovens pa-ra a autoeducação, motivando-os ao aprendizado.

Você precisa adivinhar os sonhos secretos dos jovens e ajudar a torná-los realidade.

Você precisa descobrir seus medos e inseguranças e inspirar-lhes autoconfiança.

Você precisa analisar suas tendências e aptidões e orientá-los em suas escolhas.

Você pode lhes dizer que são capazes de grandes realizações, mesmo que as circunstâncias conspirem contra.

Você, como mestre, tem nas mãos potentes ferramentas para a construção de um mundo melhor, basta usá-las com nobreza, fide-lidade e lucidez, sem pressões nem terrorismos.

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Pense nisso.

Que tipo de semente você está semeando nos corações dos seus alunos?

Pense que essas sementes germinarão e frutificarão e você será cor-responsável pelos frutos, sejam eles saborosos ou não.

Pense nisso e procure desempenhar com fidelidade a importante tarefa de iluminar mentes, que o Criador do universo lhe confiou.

Lembre-se que chegará o dia em que você terá que prestar contas da sua administração, conforme assegurou o Mestre de Nazaré.

Lembre-se, ainda, que hoje é o melhor momento de lançar ao solo receptivo dos corações juvenis as boas sementes.

Pense nisso!

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Equipe de Redação do Momento Espírita.
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Redação do Momento Espírita

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