Lição do Apólogo

Recebida em 29/10/2006


Um velho apólogo, divulgado em vários países e que pertence à alma do povo, contém ensinamentos filosóficos enriquecedores.

Conta que um homem foi convocado a comparecer no fórum para solução imediata dos problemas e dúvidas que lhe manchavam a vi-da.

A condenação era quase certa.

Todavia, o cavalheiro que possuía três amigos, vendo-se em dificul-dades procurou seus três benfeitores, suplicando-lhes proteção e conselhos.

O primeiro falou-lhe com certa arrogância:

Não posso fazer nada por você, a não ser arranjar uma roupa nova para que compareça bem vestido diante do juiz.

Dirigiu-se então ao segundo amigo e este, muito preocupado, disse-lhe com toda sinceridade:

Embora goste muito de você, nada mais posso fazer, do que acom-panhá-lo até à porta do tribunal.

Dali não posso passar.

Você terá que seguir só.

O homem aproximou-se do terceiro amigo e lhe suplicou ajuda.

E este, por sua vez, com grande afeição falou-lhe com humildade:

Irei com você e falarei em sua defesa.

E assim o terceiro amigo fez.

Estendeu-lhe os braços, amparou-o em todos os momentos da luta e falou com tanta segurança e com tanta eloquência em seu bene-fício, diante da justiça, que o suspeito foi absolvido com a apro-vação dos próprios acusadores.

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A lição do apólogo diz respeito à nossa própria história frente à morte.

Todos nós, diante do túmulo, somos convocados a comparecer ante o tribunal da consciência para prestar contas à contabilidade divi-na.

E todos recorremos àqueles que nos protegem.

O primeiro amigo, o doador de trajes novos, é o dinheiro, que nos garante o sepultamento.

O segundo, que nos acompanha até à porta do tribunal, é o mundo, representado na pessoa dos nossos parentes ou na presença das nossas afeições mais queridas que, com pesar, nos seguem até à beira da sepultura.

O terceiro, aquele que irá conosco e falará em nossa defesa, é o bem que praticamos, a transformar-se em gênio tutelar de nossos destinos, e que, falando em nós e por nós, diante da justiça, con-segue mais amplas oportunidades de serviço, ou nosso passaporte para esferas mais felizes.

E assim como o bem que praticamos abre as portas da felicidade, igualmente as más ações depõem contra nós, enclausurando-nos aos sofrimentos, remetendo-nos junto aos círculos pesados das sombras.

Percebemos, então, a grandeza da justiça divina a se concretizar no ensino do Mestre de Nazaré:

Cada um receberá conforme as suas obras.

Atendamos assim ao bem, onde estivermos, hoje, amanhã e sem-pre, na certeza de que o bem que realizamos é a única luz do ca-minho infinito que jamais se apagará.

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Equipe do site www.momento.com.br
com base no cap. 32 do livro “Vozes do Grande Além”

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Redação do Momento Espírita
www.reflexao.com.br

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