Há algum tempo, um programa televisivo dramatizou uma
das questões que, com certeza, muito preocupa a todos nós: a violên-cia.
A história girava em torno da vida de uma assistente
social devota-da à recuperação de jovens delinquentes.
Defensora dos direitos de tais criaturas, trazia
sempre nos lábios frases de ponderação, mesmo face à descrição de crimes
terríveis cometidos pelos jovens.
Até o dia em que foi surpreendida, em seu próprio lar,
pela invasão de um garoto que, armado com um revólver, a subjugou e, durante
horas, a manteve prisioneira.
Nesse período, despejou a sua raiva em gestos e
palavras, levando a profissional à exasperação.
Depois de exaustivas horas de ameaças e agressivas
atitudes, ela conseguiu tomar de uma arma e a apontou na direção do seu
agres-sor.
Nesse instante, o povo opinou e decidiu, ante três
alternativas, qual deveria ser o desfecho do drama: perdoar, entregar o
delin-quente à lei ou vingar-se.
De forma maciça, as pessoas optaram pela última
alternativa. E então, como é o povo que decide nesse programa, o jovem foi
aba-tido com um tiro no peito.
Ante o seu conflito, ao perceber o que fizera, a
senhora teve ame-nizado o seu arrependimento por um amigo que afirmou: “Você
não fez nada além do que qualquer outro faria, em seu lugar. Afi-nal, ele
não passava de um criminoso.”
O que nos surpreendeu foi justamente a votação das
pessoas, op-tando pela vingança, ou seja, pela sumária execução do
delinquen-te.
Será de nos surpreendermos que a violência abunde no
Mundo, quando nós mesmos trazemos a informação e a predisposição à agressão,
à destruição?
E se fosse o nosso filho o agressor, teríamos a mesma
disposição?
Compete-nos pensar um tanto mais a respeito das
delicadas ques-tões da vida e do que nos prescreve o Evangelho, como salutar
me-dida.
Recordar que Jesus perdoou os Seus algozes. Ele, cujo
poder pode-ria ter destruído os agressores, rogou ao Pai pelos
inconsequentes.
Pensar o quanto erramos, dilapidando a Lei Divina e,
contudo, nos-so Pai não nos extermina.
Concede-nos a reencarnação, a outra chance, para a
emenda.
Permite-nos retificar os atos e nos recuperarmos.
Como podemos agir de forma diversa?
Caridade para com os criminosos é o que dita o
Evangelho.
Segregação do convívio social, pelo grau de
periculosidade, reedu-cação de hábitos, trabalho para o reajustamento, a par
das coisas básicas de que necessita o homem, nesta vida: alimento, escola,
lar, saúde.
Eis a fórmula para erradicar a violência da Terra e do
coração do homem.
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O criminoso é um doente, digno de piedade.
Ele também é nosso próximo, como o melhor dos homens.
Sua alma, transviada e revoltada, foi criada, como a
nossa, para se aperfeiçoar.
Podemos ajudar a tais criaturas com a oração, rogando
a Deus que assista a esses Espíritos pelo tempo que ainda hajam de passar na
Terra.
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Redação do Momento Espírita com base no item
14, do cap. XI
de O evangelho segundo o espiritismo, de Allan Kardec, ed. Feb.
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Redação do Momento Espírita
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