Fazendo o que todos fazem

Recebida em 11/01/2010


Há algum tempo, um programa televisivo dramatizou uma das questões que, com certeza, muito preocupa a todos nós: a violên-cia.

A história girava em torno da vida de uma assistente social devota-da à recuperação de jovens delinquentes.

Defensora dos direitos de tais criaturas, trazia sempre nos lábios frases de ponderação, mesmo face à descrição de crimes terríveis cometidos pelos jovens.

Até o dia em que foi surpreendida, em seu próprio lar, pela invasão de um garoto que, armado com um revólver, a subjugou e, durante horas, a manteve prisioneira.

Nesse período, despejou a sua raiva em gestos e palavras, levando a profissional à exasperação.

Depois de exaustivas horas de ameaças e agressivas atitudes, ela conseguiu tomar de uma arma e a apontou na direção do seu agres-sor.

Nesse instante, o povo opinou e decidiu, ante três alternativas, qual deveria ser o desfecho do drama: perdoar, entregar o delin-quente à lei ou vingar-se.

De forma maciça, as pessoas optaram pela última alternativa. E então, como é o povo que decide nesse programa, o jovem foi aba-tido com um tiro no peito.

Ante o seu conflito, ao perceber o que fizera, a senhora teve ame-nizado o seu arrependimento por um amigo que afirmou: “Você não fez nada além do que qualquer outro faria, em seu lugar. Afi-nal, ele não passava de um criminoso.

O que nos surpreendeu foi justamente a votação das pessoas, op-tando pela vingança, ou seja, pela sumária execução do delinquen-te.

Será de nos surpreendermos que a violência abunde no Mundo, quando nós mesmos trazemos a informação e a predisposição à agressão, à destruição?

E se fosse o nosso filho o agressor, teríamos a mesma disposição?

Compete-nos pensar um tanto mais a respeito das delicadas ques-tões da vida e do que nos prescreve o Evangelho, como salutar me-dida.

Recordar que Jesus perdoou os Seus algozes. Ele, cujo poder pode-ria ter destruído os agressores, rogou ao Pai pelos inconsequentes.

Pensar o quanto erramos, dilapidando a Lei Divina e, contudo, nos-so Pai não nos extermina.

Concede-nos a reencarnação, a outra chance, para a emenda.

Permite-nos retificar os atos e nos recuperarmos.

Como podemos agir de forma diversa?

Caridade para com os criminosos é o que dita o Evangelho.

Segregação do convívio social, pelo grau de periculosidade, reedu-cação de hábitos, trabalho para o reajustamento, a par das coisas básicas de que necessita o homem, nesta vida: alimento, escola, lar, saúde.

Eis a fórmula para erradicar a violência da Terra e do coração do homem.

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O criminoso é um doente, digno de piedade.

Ele também é nosso próximo, como o melhor dos homens.

Sua alma, transviada e revoltada, foi criada, como a nossa, para se aperfeiçoar.

Podemos ajudar a tais criaturas com a oração, rogando a Deus que assista a esses Espíritos pelo tempo que ainda hajam de passar na Terra.

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Redação do Momento Espírita com base no item 14, do cap. XI
de O evangelho segundo o espiritismo, de Allan Kardec, ed. Feb.
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Redação do Momento Espírita

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