Graças ao sentimento de fraternidade muitas pessoas têm se mo-vimentado para
amenizar o fardo das pessoas financeiramente ca-rentes.
São criadas as associações de bairro, com intuito de somar esfor-ços para
minorar as lutas dos mais necessitados.
Existem também as Instituições filantrópicas de cunho religioso, as
organizações não governamentais e outras tantas que se movi-mentam em prol
dos semelhantes.
Isso demonstra que o ser humano está mais sensível aos sofrimen-tos alheios,
e isto é um bom sinal.
Todavia, seria importante refletirmos um pouco em como estamos fazendo a
caridade.
Sabemos que o necessitado é nosso irmão de caminhada. Mas, se-rá que o
estamos tratando como tal?
Será que não estamos jogando coisas como quem alimenta porcos?
O Cristo, exemplo máximo de caridade, jamais fez exigências às pessoas que
atendia em nome de Deus, nem ficava à distância como se não quisesse
contaminar-se.
Há pessoas que, embora revestidas de boas intenções, tornam ainda mais
penoso o sofrimento daqueles a quem se propõem aju-dar.
Dão a esmola com tanta soberba que ela queima a mão do neces-sitado como se
fosse uma brasa incandescente.
Se oferecem uma alimentação ao "assistido", não se sentam com eles à mesa,
não compartilham das mesmas louças e talheres, como se a pobreza fosse
contagiosa.
Isto se torna mais grave quando aqueles que buscam fazer a cari-dade a fazem
em nome de Deus.
Lamentavelmente, em algumas instituições religiosas a ajuda tem gosto de fel
para quem dela necessita.
Exige-se que a pessoa professe a mesma religião do "caridoso",
es-quecendo-se dos exemplos do Homem de Nazaré, que prescreveu fazer o bem
sem olhar a quem. Jesus não perguntava às pessoas que Lhe buscavam o auxílio
sobre qual era a sua crença, seus objetivos de vida, sua condição moral. Ele
simplesmente ajudava.
É importante que repensemos o que temos feito em nome de uma assistência
social.
É importante que a nossa caridade seja, antes de tudo, a caridade moral,
como a ensinou o Cristo.
Pense nisso!
Se você se propuser a ajudar alguém em nome de Deus, faça-o com afeto e
fraternidade.
E, dentro do possível, busque converter a esmola em emprego, dando
oportunidade de crescimento àqueles que estão em situação menos favorecida.
Manter os irmãos necessitados dependentes da nossa esmola, é falta de
caridade e demonstração de egoísmo.
Fazer exigências descabidas a quem nos pede amparo, é ato de prepotência que
Deus desaprova.
A caridade, para ser efetiva, deve ter o contributo do coração. Um abraço
carinhoso, um aperto de mão, um gesto de carinho, um minuto de conversa.
O que Deus espera que façamos em Seu nome, é promover o ser humano e dar-lhe
condições de viver com dignidade.
Fazer caridade em nome de Deus, portanto, é coisa muito séria pois se não
tomarmos os devidos cuidados, afastaremos as criaturas do Criador ao invés
de aproximá-las d'Ele.