Narram os versículos primeiros do capítulo 3 de Atos
dos Apóstolos, no Novo Testamento, que Pedro e João subiram ao templo para
orar.
Perceberam, ao lado da porta, um coxo de nascimento,
que era di-ariamente trazido, e ali deixado, a fim de esmolar.
Ao ver os dois apóstolos por ele passarem, fez a sua
rogativa. Pe-dro pôs nele os olhos e lhe disse: "Olha
para nós."
O homem os olhou com atenção, ficando na expectativa
de que eles lhe dessem alguma coisa.
Mas o velho apóstolo, passando as mãos ao longo da
túnica rústica, emocionado, falou: "Não tenho prata
nem ouro."
Na sequencia, distendeu os braços na direção do
mendigo e com os olhos marejados de sentidas lágrimas, usou a voz embargada
para falar: "Mas o que tenho, isso te dou: em nome de
Jesus Cristo Na-zareno, levanta-te, e anda."
Tomou-lhe da mão direita, levantou-o e imediatamente
as pernas se consolidaram, os pés se firmaram e o coxo pôs-se a andar,
exul-tando de felicidade.
Meditemos na profundidade da lição. Pensemos em como
seria o Mundo se todos os homens estivessem resolvidos a dar o que possu-em
para a edificação do bem geral.
Ainda hoje, muitos dizemos: "Como
poderei dar se não tenho?" e outros: "Quando
tiver, darei."
Contudo, para o serviço real do bem, não necessitamos,
em cará-ter absoluto, dos bens perecíveis da Terra.
O homem generoso distribuirá dinheiro e utilidades com
os necessi-tados que encontre pelo caminho.
Entretanto, se não realizou em si mesmo o sentimento
do amor, que é sua riqueza legítima, não fixará dentro de si a luz e a
alegria que nascem das dádivas.
Todos trazemos conosco as qualidades nobres já
conquistadas. Não há ninguém tão pobre que não possa se dar. Dar de si
mesmo.
Pedro ofereceu seu amor ao pedinte e lhe devolveu o
uso das per-nas, o que o retirou, desde então, da condição de mendigo.
Curado, a possibilidade do trabalho e o consequente
ganho honra-do se lhe abriram.
Também nós podemos dar do que temos, agora, no momento
que se faz precioso.
Todos os que esperamos pelo dinheiro, pelas posses,
para contri-buir nas boas obras, em verdade ainda nos encontramos distantes
da possibilidade de ajudar a nós próprios.
Doar-se é servir com desinteresse. Dar das nossas
horas, do nosso tempo, das nossas habilidades. Há tanto para dar, desde que
cada criatura, na Terra, é depositária da enorme fortuna que angariou ao
longo dos séculos, nas várias vidas.
Fortuna que não se guarda em cofres ou casas
bancárias, mas se aloja na intimidade do coração e na lucidez da mente.
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O discípulo de Jesus que, na relação dos
apóstolos, é chamado Pe-dro chamava-se Simão.
Ele nasceu em Betsaida, mas na época do seu encontro
com Jesus morava em Cafarnaum.
Pedro é a forma masculina que em grego significa
rocha. Talvez por isto mesmo tenha recebido de Jesus, desde o primeiro
encon-tro, o apelido aramaico de Cefas, que significa rocha.
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Redação do Momento Espírita, com base nos versículos
1 a 8, do cap. 3 de Atos dos apóstolos; no cap. XXVI do livro
Esquina de pedra, de Wallace Leal Rodrigues,
ed. O Clarim e no verbete Pedro (I) do Dicionário enciclopédico
da bíblia, de A. Van den Born, ed. Vozes.
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