Auxílio mútuo

Recebi em 25/09/2008


Em zona montanhosa, através de região deserta, caminhavam dois velhos amigos, ambos enfermos, cada qual a defender-se quanto pos-sível contra os golpes do ar gelado, quando foram surpreendidos por uma criança semimorta na estrada, ao sabor da ventania de inverno.

Um deles fixou o singular achado e exclamou, irritadiço: Não perderei tempo! A hora exige cuidado para comigo mesmo. Sigamos à frente.

O outro, porém, mais piedoso, considerou: Amigo, salvemos o peque-nino. É nosso irmão em humanidade.

Não posso - disse o companheiro endurecido. Sinto-me cansado e do-ente. Este desconhecido seria um peso insuportável. Temos frio e tempestade. Precisamos chegar a aldeia próxima sem perda de minu-tos. E avançou para adiante em largas passadas.

O viajor de bom sentimento, contudo, inclinou-se para o menino es-tendido, demorou-se alguns minutos colando-o paternalmente ao pró-prio peito, e aconchegando-o ainda mais, marchou adiante, embora menos rápido.

A chuva gelada caiu metódica pela noite adentro, mas ele, amparan-do o valioso fardo, depois de muito tempo, atingiu a hospedaria do povoado que buscava.

Com enorme surpresa, porém, não encontrou aí o colega que havia seguido na frente.

Somente no dia imediato, depois de minuciosa procura, foi o infeliz viajante encontrado sem vida numa vala do caminho alagado.

Seguindo a pressa e a sós, com a ideia egoísta de preservar-se, não resistiu a onda de frio que se fizera violenta, e tombou encharcado, sem recursos com que pudesse fazer face ao congelamento.

Enquanto que o companheiro, recebendo em troca o suave calor da criança que sustentava junto do próprio coração, superou os obstácu-los da noite frígida, salvando-se de semelhante desastre.

Descobrira a sublimidade do auxílio mútuo. Ajudando o menino aban-donado, ajudara a si mesmo.

Avançando com sacrifício para ser útil a outrem, conseguira triunfar dos percalços do caminho, alcançando as bênçãos da salvação recí-proca.

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As mais eloquentes e exatas testemunhas de um homem perante o Pai Supremo são as suas próprias obras.

Aqueles que amparamos constituem nosso sustentáculo.

O coração que amparamos constitui-se agora ou mais tarde, em re-curso a nosso favor.

Ninguém duvide!

Um homem sozinho é simplesmente um adorno vivo da solidão, mas aquele que coopera em benefício do próximo é credor do auxílio co-mum.

Ajudando, seremos ajudados. Dando, receberemos.

Esta é a Lei Divina.

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Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no livro "Jesus no Lar",
cap. Auxílio mútuo.

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