Não somos poucos os que nos tornamos pessoas amargas,
indiferen-tes ou frias, por causa de decepções que afirmamos ter sofrido
aqui ou ali, envolvendo outras pessoas.
A decepção foi com o amigo a quem recorremos num
momento de necessidade e não encontramos o apoio esperado. Foi com o
com-panheiro de trabalho que nos constituía modelo, parecia perfeito e o
surpreendemos em um deslize.
Tais decepções devem nos remeter a exames melhores das
situa-ções.
Decepcionarmo-nos com pessoas que estão no Mundo,
sofrendo as nossas mesmas carências e tormentos não é muito real.
Primeiro, porque elas não nos pediram para assinar
contrato ou compromissos de infalibilidade para conosco.
Segundo, porque o simples fato de elas transitarem na
Terra, ao nosso lado, é o suficiente para que não as coloquemos em lugares
de especial destaque, pois todas têm seu ponto frágil e até mesmo seus
pontos sombrios.
A nossa decepção, em realidade, é conosco mesmo, pois
que nos equivocamos em nossa avaliação, por precipitação ou por análise
superficial.
Não menos errada a decepção que afirmamos ter com a
própria re-ligião, com a doutrina de fé cristã que está a espalhar, em toda
parte, os ensinamentos deixados por Jesus Cristo para os seres de boa
vontade.
O que acontece é que costumamos confundir as doutrinas
que ensi-nam o bem, o nobre, o bom com os doutrinadores que, embora fa-lem
das virtudes que devemos perseguir, conduzem as próprias existências em
oposição ao que pregam.
Como vemos, a decepção não é com as mensagens da Boa
Nova, mas exatamente com os que conduzem a mensagem. Nesse ponto não nos
esqueçamos de fazer o que ensinou Jesus: comparar os fru-tos com as
qualidades das árvores donde eles procedem, de modo a não nos deixarmos
iludir.
Avaliemos, desta forma, as nossas queixas contra
pessoas e situa-ções e veremos que temos sido os grandes responsáveis pelas
desi-lusões do caminho.
Nós mesmos é que criamos as ondas que nos decepcionam
e mago-am.
Cabe-nos amadurecer gradualmente nos estudos e na
prática do bem, aprendendo a examinar cada coisa, cada situação, analisar a
nós mesmos com atenção, a fim de crescermos para a grande luz, sem nos
decepcionarmos com nada ou com ninguém.
Precisamos aprender a compreender cada indivíduo no
nível em que se situa, não exigindo dele mais do que possa dar e apresen-tar,
exatamente como não podemos pedir à roseira que produza violetas, que não
tenha espinhos e que não despetale suas flores na violência dos ventos.
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Para que avancemos em nossa caminhada
evolutiva, imponhamo-nos uma conduta de maturidade, de indulgência e de
benevolência para com os demais.
Disponhamo-nos a brilhar, sob a proteção de Deus,
avançando sem-pre, não nos detendo na retaguarda a examinar mágoas e
depres-sões, que se apresentam na estrada como pedras e obstáculos, ca-lhaus
e detritos.
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Redação do Momento Espírita, com base
no cap. 28 do livro
Revelações da luz, pelo Espírito Camilo, psicografia de
Raul Teixeira, ed. Fráter.
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Redação do Momento Espírita
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