A lâmpada queimada


            Era véspera de Natal. Em todas as casas havia intensa ale-gria. Nas ruas, era grande o movimento. Pessoas transitavam  com pacotes, entrando e saindo de lojas cheias de compradores e ven-dedores ansiosos.

            O homem e a mulher se aproximaram de um restaurante. A mulher trazia nos olhos o brilho dos que sabem compartilhar alegrias e se sentem felizes com pequenas coisas. Sorria.

            O homem se apresentava carrancudo. O rosto marcado por rugas de preocupação. No coração, um tanto de revolta.

            Sentaram-se à mesa e, enquanto ela olhava o cardápio,  procurando algo simples e gostoso para o lanche, ele começou a reclamar. Reclamou que as coisas não estavam dando certo. Ele ti-nha investido em um determinado produto em sua loja, contando que as vendas fossem excelentes, mas não foram.

            O produto não era tão atraente assim. Ou talvez fosse o preço. Enfim, o comerciante reclamava e reclamava.

            De repente, ele parou de falar. Observou que sua esposa parecia não estar ouvindo o que ele dizia. Em verdade, ela estava mesmo era em outra esfera.

            Olhava fixamente para uma árvore de natal que enfeitava o balcão do pequeno restaurante. Sim, ela não estava interessada na sua conversa.

            Ele também olhou na mesma direção e, de forma mecâni-ca, comentou: a árvore está bem enfeitada, mas tem uma lâmpada queimada no meio das luzes.

            É verdade, respondeu a mulher. Há uma lâmpada queima-da. E você conseguiu vê-la porque está pessimista, meu amor. Não conseguiu perceber a beleza das dezenas de outras luzes coloridas que acendem e apagam, lançando reflexos no ambiente.

            Assim também acontece com a nossa vida. Você está  reclamando da venda do produto que não deu certo e se mostra triste. Mas está esquecido das dezenas de bênçãos que brilharam durante todo o ano para nós. Você está fixando seu olhar na única lâmpada que não iluminou nada.

            Não há dúvida de que acharemos, no balanço das nossas vi-das, diversas ocorrências que nos infelicitam. Podemos chegar a sentir como se o mundo ruísse sob os nossos pés.

            Porém, a maior tristeza que pode se abater sobre a criatura, multiplicando dificuldades para o espírito, é o mau aproveitamento das oportunidades que Deus lhe concede, para evoluir e brilhar.

            Meditemos sobre isso e descubramos as centenas de lâmpa-das que brilham em nossos caminhos.

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            Ao lado das dores e problemas que nos atingem as vidas,  numerosas são as bênçãos que nos oferece a divindade.
            Apliquemo-nos no dom de ver e ouvir o que é bom, belo e positivo.
            Contemplemos a noite que se estende sobre a terra e sem nos determos no seu manto escuro, descubramos no brilho das estrelas as milhares de lâmpadas que Deus posicionou no espaço para encher de luz os nossos olhos.
            Acostumemo-nos a observar e a ver o bem em toda a parte a fim de que a felicidade nos alcance e possamos sentir a presença do criador, que é amor na sua expressão mais sustentando-nos as vidas.

Equipe de redação do site www.momento.com.br,
com base no cap. 4 do livro Rosângela, ed. Fráter.

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