A bagagem


     Existe um personagem de desenhos animados infantis que tem um certo toque de mistério e magia.

     Seu nome é Gato Félix. A todo lugar que vá, ele leva a sua male-ta. É uma maleta especial, pequena. E tudo o que ele deseja, tira da dita maleta. Se for hora do lanche, ele encontra frutas, san-duíches e sucos. Se necessitar fazer um conserto, as ferramentas lá estão. Sempre as certas e precisas.

     Se chover de repente, basta abrir a maleta para encontrar capa, guarda-chuva, botas. E assim em qualquer situação.

     Cada um de nós também possui uma pequena mala de mão, em nossa vida, mais ou menos parecida com a do personagem infantil.

     Quando a vida começa, temos em mãos a pequena mala. À medi-da que os anos passam, a bagagem, dentro dela, vai aumentando.

     É que vamos colocando tudo o que recolhemos pelo caminho. Al-gumas coisas muito importantes. Outras, nem tanto. Muitas, dispen-sáveis.

     Chega um momento em que a bagagem começa a ficar insuportá-vel de ser carregada. Pesa demais.

     Nesse momento, o melhor mesmo é aliviar o peso, esvaziar a ma-la.

     Você examina o conteúdo e vai pondo para fora.

     Amor, amizade. Curioso, não pesam nada.

     Depois você tira a raiva. Como ela pesa! Na sequencia, você tira a incompreensão, o medo, o pessimismo.

     Nesse momento, você encontra o desânimo. Ele é tão grande que, ao tentar tirá-lo, ele é que quase o puxa para dentro da mala.

     Por fim, você encontra um sorriso. Bem lá no fundo, quase sufo-cado.

     Pula para fora outro sorriso. E mais outro. Aí você encontra a fe-licidade.

     Mas ainda tem mais coisas dentro da mala. Você remexe e encon-tra a tristeza. É bom jogá-la fora.

     Depois, você procura a paciência dentro da mala. Vai precisar bastante dela.

     E também procura a força, a esperança, a coragem, o entusias-mo, o equilíbrio, a responsabilidade, a tolerância e o bom e velho humor.

     A preocupação que você encontrar, deixe de lado. Depois você pensa no que fazer com ela.

     Bem, agora que você tirou tudo da sua mala, deve arrumar toda a bagagem.

     Pense bem no que vai colocar lá dentro de novo. Isso é com você.

     E depois de toda a bagagem pronta, o caminho recomeçado, lem-bre de repetir a arrumação vez ou outra.

     O caminho é longo até chegar ao final da jornada, e você terá que carregar a mala o tempo todo.

     E quando chegar do outro lado, é bom que em sua bagagem te-nha o máximo de coisas positivas, como boas obras, amizades, cari-nho, amor.

     Porque isso tudo não pesa na sua bagagem, enquanto na terra. Mas quando for colocada na balança da justiça, para além da exis-tência física, pesará e muito, positivamente. ***

     A vida é uma grande viagem. Durante um tempo excursiona-se pelas paisagens terrenas.

     É um período para estudar, trabalhar, progredir.

     Um dia, retorna-se para a estação espiritual. É o momento de contar as conquistas e as perdas. Os erros e os acertos.

     Que a nossa bagagem, nesse dia, possa estar repleta de virtudes, o bem praticado, afetos conquistados para nossa própria e grande felicidade.

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Equipe de Redação do Momento Espírita com base em artigo recebido denominado "A Bagagem", sem designação de autor.

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