É preciso saber amadurecer,
sem deixar-se apodrecer...
Ósculos e amplexos,
Marcial
SABER AMADURECER
Marcial Salaverry
Temos que saber encarar a passagem do tempo.
Temos que saber amadurecer sem
envelhecer.
É preciso saber encarar essa ideia, de que é impossível deter
a marcha do tempo, mas, com boas ideias, podemos encará-la numa boa.
As ideias amadureceram mais um pouco, pois li um pensamento que se aplica à perfeição ao tema e que exige uma certa reflexão.
Vejam se não estou
certo:
"Pense em si mesmo como alguém que tem direito à felicidade".
Não sei quem é o autor, mas gostaria de ter sido eu quem teve essa inspiração, pois era exatamente essa sugestão que pretendia passar para as pessoas que
começam a se entregar ao peso dos anos, es-quecendo-se de que enquanto
estamos vivos, sempre temos algo a fazer.
Acredito que a pior coisa que pode acontecer a uma pessoa é chegar naquele ponto em que diz nada mais ter a fazer e entrega os pontos.
Pode-se dizer que morreu em vida.
E como é ruim quando isso acontece.
Chegando a esse ponto, realmente começa a morrer para a vida.
Gostaria de pegar cada uma dessas pessoas apenas para tentar mostrar que todos, sem exceção temos algo a fazer por alguém.
Ninguém está
completamente inutilizado para a vida.
Temos que nos lembrar de que todos tem direito à felicidade, à vida.
Mas temos que saber buscá-la, não se pode esperar que ela caia do céu.
E... como buscá-la?
Argumentou uma amiga, acrescentando que estava viúva há já
alguns anos, e que sentia muito a falta do marido, e não via mais razão de
viver.
Vamos relembrar este episódio, porque já teve uma outra
sequência.
"Esse diálogo aconteceu há exatos 18 meses.
Deixei-a chocada quando perguntei por que então não se enterrava junto (tipo tratamento de choque).
Sugeri depois, que começasse a viver,
pois tinha direito à felicidade.
Indiquei-lhe procurar os Centros de
Convivência da Terceira Idade, que procurasse grupos de excursão.
Que
procurasse, enfim, contato com pessoas vivas.
Enfim, que ao invés de ficar em casa chorando a perda do compa-nheiro querido, que procurasse sim, manter as recordações de todos os
bons momentos vividos juntos, e que fosse tentar viver.
Bem, para encurtar a história, hoje essa pessoa continua só... mas notei uma
alegria de viver no brilho de seus olhos.
Tem viajado constantemente.
Nas
reuniões do Cecon, conversa com amigas lá conhecidas, faz tricô, está
aprendendo pintura em seda.
Enfim, está vivendo.
Está feliz. Esqueceu o
marido?
Claro que não.
Sempre se lembra dos momentos felizes vividos
juntos.
Mas são lembranças boas, e não amargas.
Não lamenta mais o fato
dele não estar mais aqui, mas sim alegra-se por ter tido sua companhia por
tantos anos."
Bem isso foi em novembro de 2001.
Hoje, tive o prazer de encontrar essa amiga.
Pareceu-me rejuvenescida.
Está amando.
Encontrou um outro coração
solitário, e estão namorando.
Ela tem 71 anos, e o feliz noivinho, tem 74.
Estão felizes.
Estão vivendo novamente.
É mole, ou quer mais?
Como ocorreu com ela, qualquer pessoa solitária pode encontrar um outro alguém
que esteja igualmente solitário.
Claro que não se pode esperar que surja
uma grande paixão, um grande amor.
Mas basta que surja alguém com quem
possa dividir a solidão.
Tal encontro não é imprescindível, pois é perfeitamente possível
administrar-se a solidão.
Basta que se encontre uma ocupação.
Algo com que
preencher o tempo ocioso.
Os fatos são os mesmos, o que muda é o enfoque.
É a maneira de se encarar os fatos.
Se a ideia serviu para uma pessoa que estava completamente amargu-rada, poderá
servir para qualquer pessoa.
Basta que consiga acender uma pequena luzinha
em sua vida.
Basta que entenda seu direito à felicidade e saiba
usá-lo.
E amigos, como é bom sentir-se VIVO, como é poder agradecer ao Amigão o fato de sentir a alegria de viver.
Para cada problema existe uma solução.
Só temos que saber procurar.
O
importante é nunca entregar os pontos.
E o ponto final da vida só surge
quando ela efetivamente acaba.
Nunca antes.
Bem crianças, vamos sempre procurar viver.
Para isso, TENHAM UM LINDO DIA.
Marcial Salaverry Formatado por Thereza
Fundo Musical: Gracias
A La Vida
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