QUEM ATIRA A PRIMEIRA PEDRA?
Marcial Salaverry
Existem
muitas pessoas que se dizem incapazes de perdoar er-ros alheios.
São pessoas que se
julgam perfeitas, e portanto, não cometem erros... Claro, isso segundo seu
julgamento pessoal.
Geralmente são as que mais cometem erros. O primeiro deles, é um erro de
julgamento, logo condenando outrem por uma pri-meira impressão, por algo que possivelmente não
entendeu cor-retamente. E isso
é um erro crasso, sem dúvida alguma.
Não é porque alguém
pensa de maneira diferente do que a nossa, seu pensar é errado. Tão
somente trata-se de alguém que tem outro ponto de vista. Há que se parar para pensar antes
de fazer críticas ofensivas. Se queremos ter nossos pontos de vista respeitados, temos que
respeitar os alheios, por mais que discordemos.
É necessário sempre ter
presente que não existe a verdade absoluta, eterna. Uma nova maneira de
pensar pode mudar regras
antes tidas como imutáveis. Isso existe e sempre exis-tiu, e continuará
existindo. Tudo é passível de
mudanças. Va-mos reavaliar
nossas ideias, atualizando-as. Não fiquemos presos a certos
grilhões a que nos levam certos pensamentos retrógrados.
Se não quisermos aceitar
outra maneira de pensar, vamos pelo menos respeitar quem pensa de maneira
diferente. Poderemos
eventualmente dialogar, manifestando nossa discordância, e nunca criticar
acerbamente só porque não concordamos com al-gum pensamento alheio, mesmo
que esteja errado. Pode ser
que o erro seja nosso...
Não podemos nos esquecer
de que todos nós somos passíveis de falhas. A perfeição não existe. Claro que é muito fácil apontar
erros alheios. O difícil é
aceitar e reconhecer os próprios.
Por que será tão difícil
aceitar nossa falibilidade? Por que será tão fácil apontar falhas de
outrem?
Não se esqueçam de que,
ao apontar com o dedo indicador pa-ra alguém, existem três outros
dedos apontando para seu pei-to...
Um pensamento de
L’Inconnu que vem a calhar.
"Aquele
que não pode perdoar, destrói a ponte sobre a qual ele mesmo deve
passar."
Claro que a incapacidade
de perdoar acaba nos deixando como que insensíveis, deixando-nos mais
duros, e tirando igualmen-te, a capacidade de reconhecer os próprios
erros. Acabaremos criando uma
capa de infalibilidade que na verdade inexiste para os seres humanos.
Paralelamente, essa dureza excessiva também
criará nas ou-tras pessoas uma expectativa de nos dar o troco quando
fa-lharmos. Da mesma maneira que
não fomos capazes de relevar eventuais "mancadas" alheias, ninguém nos
desculpará por uma "rata" nossa, por menor que ela seja.
Claro existem falhas,
erros, "mancadas" que exigem uma puni-ção. E uma punição rigorosa. Porém essa punição deverá ser
aplicada por quem de direito.
Nunca por quem não tiver auto-ridade para tanto.
Aliás, é justamente por
isso que para se definir uma culpabili-dade, existe um júri, composto por
diversas pessoas que se devem por de acordo. E mesmo assim ocorrem falhas...
Que dizer então, de um julgamento feito precipitadamente no aceso de uma
discussão, ou analisando algo que nos prejudicou?
Para tanto, sempre
deveremos ter em mente que nosso julga-mento, bem como nossos atos, é
sujeito a falhas. E, da mesma
maneira que estamos julgando os erros de alguém... teremos nossos erros
julgados amanhã... E certamente não gostaremos de ser analisados com a
mesma dureza que fazemos nossa análise, nosso
julgamento.
Existe uma outra frase
famosa, também do meu amigo L'In-connu: Errar é humano... Perdoar é divino.
Claro que, confor-me o que tenha acontecido, não é muito fácil
perdoar-se al-guém... Mas sempre deveremos nos perguntar se agiríamos de
maneira diferente, em se trocando as posições. Sempre deve-remos nos colocar do
outro lado, para sentir como gostaríamos de ser tratados. E assim
agir...
E com essa
ideia, sem qualquer ressentimento, vamos ter UM LINDO
DIA.
Formatado por Thereza
Cristina
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