PARA VIVER UM GRANDE
AMOR
Marcial Salaverry
Formatado por Thereza Cristina
Sempre que se for falar de amor, há que se lembrar de
um de seus maiores cultores, o sempre vivo Poetinha, nosso
ines-quecível Vinícius de Morais que inclusive deu a receita de como
viver um grande amor.
Na verdade,
ele conhecia e muito bem a teoria, mas nunca a pôs em prática...
Sempre foi
homem de muitos amores, talvez por não ter en-contrado “aquele
amor”.
Esse é o
grande problema.
Como saber
que o amor que estamos vivendo será ou não, aquele que poderá vir a
ser o grande amor de nossa vida.
Não sabemos.
Temos então
que vivê-lo, para sabê-lo.
Dizem que o
verdadeiro amor passa apenas uma vez pela nossa vida.
Temos que
identificá-lo, conquistá-lo e segurá-lo.
Tarefa fácil?
Talvez.
Complicada,
certamente é.
Muitas vezes por
algumas razões, não o identificamos.
Coisas da
vida.
Muitas
vezes, deixamos escapar.
Algumas
divergências em maneira de pensar,ou então questões que surgem
durante um relacionamento, e que acabam por ter-miná-lo.
Eventualmente
por coisas que às vezes sobrepo-mos ao amor, como orgulho, ciúme, ou
até mesmo por questões profissionais.
Sempre
conseguimos complicar nossa vida.
Existem algumas
pessoas que ficam esperando o amor acon-tecer, e não sabem viver a
vida adequadamente, deixando-se placidamente embalar pelos sonhos
daquele “alguém” que um dia surgirá.
Então
apenas ficam apreciando a vida passar.
Algumas vezes
o amor está ao lado, mas, imersa em sonhos, não o vê.
E deixa a
vida prosseguir seu rumo.
Também
acontece de se amar alguém, e esse alguém não retri-buir ao
sentimento.
Nesse caso,
há que se parar para pensar.
Amar sem ser
amado é complicado.
Como fazer?
Queimar todos
os cartuchos para tentar a conquista da pessoa amada, ou procurar se
afastar para sofrer menos, e voltar à busca?
Penso que a segunda
hipótese é mais viável, pois se aquele alguém a quem amamos, não nos
ama, e o diz categoricamente, insistir para que?
Já vai uma
espécie de masoquismo.
Mesmo que se
pense na possibilidade de não mais amar outro alguém, sempre poderá
continuar vivendo e ter outros amores.
Sempre existe
a diferença entre ter o amor, ou ter outros amores...
E sempre
se pode manter uma terna amizade e aí...
Quem sabe?
Por outro lado,
existem pessoas que sempre partem em busca do amor.
Estão
sempre amando, sem jamais amarem de fato.
Muitas
vezes são muito amadas, mas não conseguem sentir a chama do amor.
Vão
vivendo, algumas vezes destruindo ilusões, vão tendo seus casos de
amor, sem jamais provar do gosto de amar alguém, aquele amor forte,
sentido.
Isso sempre
deixa uma certa frustração interior.
Afinal é preciso
conhecer o que é amor, é preciso sentir aquele calor que o amor
sempre provoca naqueles que se amam de verdade, faz falta viver
aquela gostosa sensação de saber que essa coisa chamada amor existe,
e é real.
Muitas
vezes, quando esse amor surge, forte, palpável, cons-ciente, não
pode ser vivido em sua real plenitude.
Pela
experiência adquirida através dos muitos amores vividos, ou melhor,
das muitas aventuras amo-rosas vividas em busca desse amor, pode-se
sentir que finalmente foi encontrado esse amor tão intensamente
procurado e jamais vivido.
Identifica-se o
amor.
Tem-se a
certeza do sentimento.
Mas existem
impedimentos.
Por vezes,
outros compromissos, ou então por razões profis-sionais.
Uma vida já
estabilizada.
Forma-se um terrível conflito.
Manda-se
tudo para o espaço para viver a Grande Aventura?
Tenta-se
conciliar as coisas?
São
decisões que tem de ser muito bem ponderadas.
Há que se
pensar muito para se chegar a conclusões.
O ideal é
conciliar tudo.
O amor
descoberto, e a vida que se leva.
Nem sempre
é possível, contudo.
É preciso que haja
muita compreensão, pois são passos que decidem uma vida.
Aliás, uma só não,
algumas vidas, e qualquer atitude vai exigir muita ponderação.
O amor sempre deve
ser vivido.
Não se pode
deixá-lo escapar sem provar de seu doce sabor.
Encontrado,
tem que ser saboreado, ainda que com gosto de pecado.
Afinal,
há que se justificar nossa passagem pelo mundo.
Amando é
uma das maneiras mais gratificantes que existe.
Não se pode
esquecer ainda, da forma mais pura de amor que existe...
A amizade,
que produz vínculos ainda mais indissolúveis do que o amor.
Então
crianças...
Vamos
amar...
Vamos ser
amigos...
Vamos amar
e ser amigos...
Vamos ser
amigos e amar, e para isso, vamos ter UM LINDO DIA.
Fundo Musical: Eu Sei Que Vou
Te Amar (Instrumental)
-
Vinícius de Morais e Tom
Jobim
|