Eis uma das coisas
mais amoldáveis que existe.
Realmente, são poucas as pessoas que conseguem
manter sua personalidade em todas as circunstâncias, porque a vida está
sempre exigindo um tremendo "jogo de cintura" para que possamos
sobreviver.
Existem casos em
que precisamos adaptar nossa persona-lidade ao mundo que nos rodeia, pois é
um pouco demais de presunção, querer que o mundo se adapte a nós.
Nós é que temos que nos adaptar,
pois vivemos numa soci-edade.
Agora, o que tem que
se adaptar é o exterior da persona-lidade, são nossas atitudes que podem e
devem sofrer "adaptações", porém o âmago da coisa, nosso interior deve ser
mantido, salvo se obtivermos provas cabais de que estamos errados.
Aí, temos que repensar nossas
ideias.
Chegando à conclusão
de que realmente estamos errados, o sábio é modificar tudo, nem que isso
represente uma gui-nada de 180 graus em nossa vida.
Exemplificando, em
minha juventude, fui líder estudantil, ultra-esquerdista, cheio de ideias
marxistas na cabeça.
Organizei muitas greves estudantis.
De repente, veio
um estalo.
Eu era apenas uma
peça da máquina comunista, colocando meu rabo a prêmio, defendendo idéias
alienadas.
Quando reparei que os "chefetes" do movimento discutiam a
burguesia, tomando uísque importado, cheguei à conclu-são de que na prática
a teoria é outra.
Vi que
estava seguindo ideias e lideranças erradas, e pulei fora.
Fui radical em minha mudança.
Agora,
no que se refere ao íntimo, àquilo que todos carre-gamos num cantinho do
cérebro, ou do coração, como queiram, penso que devemos defender com unhas
e dentes.
Em
nossos pensamentos íntimos, ninguém deve mandar, eles são nossos, só
nossos.
Só posso sentir pena
de pessoas que se deixam comandar por outras, que abdicam de tudo, só para
contentar outrem.
Ainda continuo
pensando que você mudar suas atitudes, sua personalidade, é válido... mas
somente quando VOCÊ mesmo chegar a essa conclusão, e não porque outras
pes-soas, seja lá quem for, assim o determine.
Não devemos viver
para contentar os outros, mas sim a nós mesmos.
Amemo-nos e respeitemo-nos, para
que também possamos amar e respeitar os que nos cercam, e sermos por eles
igualmente amados e respeitados.
A grande atriz do
passado, Judy Garland, deixou uma pequena pérola para nós, pobres mortais,
vejam só:
Seja
sempre uma versão de 1ª categoria de si mesmo, do que uma versão de 2ª
categoria de outra pessoa.
Sem dúvida alguma,
isso se encaixa como uma luva em muitos casos que conheço, de pessoas que
foram criados à feição, para serem imagem e semelhança de seus pais, ou
então para que seus pais se sentissem realizados ao contemplar sua obra,
do tipo: Eu não consegui, mas meu filho vai realizar o meu sonho... Isso
não é legal.
Quantos
advogados, médicos, engenheiros,
que foram obri-gados a sufocar seus pendores artísticos, somente
porque seu pai quis ver esse seu sonho (seu, dele, pai) realizado,
enquanto que ele, na verdade queria ser ator (e tinha talento).
Infelizmente, existem muitos assim.
Obrigados a
fazer o que lhes era imposto, nunca chegaram a lugar algum. Ficaram na
mediocridade.
Para evitar isso,
existem os famosos testes vocacionais, para que as crianças possam
descobrir seus pendores, sua vocação.
Na minha modesta opinião, se a
criança revela talento para trabalhos manuais, é isso que ela deverá
seguir.
De pouco adiantará
incutir em sua cabeça que artista de televisão, ou jogador de futebol (as
profissões da moda no momento) ganham mais.
Mais vale ser um excelente
marceneiro, e fazer seu futuro com essa profissão, do que ser um péssimo
ator, que jamais conseguirá algum destaque.
Portanto, vai aqui minha
sugestão aos jovens pais: Deixem seus filhos descobrir sua vocação.
Orientar, sim.
Uma boa orientação é imprescindível. Influenciar, não.
A coisa deve fluir
naturalmente.
Claro é que, se
a criança tiver vocação para traficante de cocaína, deve ser melhor
orientado...
Personalidade é
questão que exige muita personalidade.
Tanto para discuti-la, como para
vivê-la.
Por vezes é
difícil defender os pontos de vista.
Por isso é que temos sempre
que ter certeza daquilo que vamos abordar, daquilo que vamos fazer.
Tanto
no sentido de escolher profissões, quanto no sentido de mudá-las.
Tudo deve ser muito bem
estudado.
E para
tanto, nada melhor do que ter UM LINDO
DIA.