O QUE NOS ESPERA NO ANO NOVO
Marcial Salaverry
Com toda a certeza, algo que todos temos muito arraigado dentro de nosso pensamento, são as famosas resoluções sobre o que vamos fazer no Ano Novo, e assim a cada ano que começa,
geralmente nos olhamos no espelho, e resolvemos uma série de coisas que, em sua grande maioria jamais serão realizadas, seja por falta de oportunidade, seja por falta de um maior
empenho, seja lá por qual motivo for, acabamos não fazendo, mas plane-jar, planejamos...
Geralmente temos perfeita consciência da impraticabilidade de tais resoluções, mas as tomamos e garantimos que serão cum-pridas à risca.
Ocorre que geralmente um ano é sempre a continuação do ou-tro.
Portanto, a maior possibilidade é tudo continuar da mesma ma-neira.
Algumas novidades, geralmente são decisões já tomadas antes e que vão sendo resolvidas, ou não, e tudo depende da impon-derabilidade de certas coisas que estão um pouco
acima de nossa compreensão, e é aí que está o real gosto pela vida, eis que realmente não posso conceber as coisas saírem exatamente como planejadas.
Parece que assim a vida perde a graça, fica meio que robótica.
As jogadas que o Destino faz com nossas famosas decisões é que realmente faz com que a vida valha a pena ser
vivida, e assim,
sempre temos que estar atentos para
tais surpresas.
É importante traçarmos alguns objetivos pelos quais devemos batalhar, pois não podemos jogar tudo
nas costas do famoso Destino.
Não é porque planejamos para o ano passado uma gloriosa viagem a Disneyworld, e o máximo que conseguimos foi ir até o Guarujá, que devemos
desistir daquele objetivo...
Temos que analisar as circunstâncias que nos impediram de realizar aquela viagem e ver se os obstáculos poderão ser con-tornados.
São coisas da vida, assim como se a compra daquele aparta-mento não foi concretizada porque a sogra quebrou a perna e tivemos que ajudar nas despesas (isso porque ela nunca quis
fazer um Convênio...), podemos adiar para este ano (se bem que ela ainda tem a outra perna...).
Enfim, temos que fazer planejamentos, traçar objetivos, mas não tomar decisões,
pois uma decisão tem um quê de irrevo-gabilidade, e causa frustração quando não dá certo.
Um planejamento, porém, é algo que pode ir sendo mudado conforme as coisas vão acontecendo.
O grande tesão da vida é ir vivendo à medida que o tempo vai passando, um dia de cada vez.
Nem devemos lamentar azares ocorridos, nem tampouco deve-mos planejar grandes coisas.
Muitas vezes deixamos de viver o momento presente porque temos algo grandioso planejado.
Então nos agarramos àquele sonho e deixamos passar algumas oportunidades interessantes.
E isto vale para tudo na vida.
Devemos sempre viver o momento presente.
Claro que um certo planejamento deve ser feito.
Mas não devemos deixar que as famosas decisões, que os gran-des sonhos se transformem em obsessão, impedindo-nos de enxergar o óbvio, que muitas vezes está a nosso alcance, e que poderá
terminar por nos trazer a tal da felicidade.
Então esta é a minha decisão para este ano: CONTINUAR VI-VENDO e, claro, continuar escrevendo, pelo menos enquanto os dois últimos
neurônios sobreviventes continuarem trabalhando.
Nessa expectativa, espero que todos tenhamos
UM LINDO DIA, e que isso se repita a cada dia deste 2023 que está batendo à porta, e pedindo para entrar, e a única solução, é autorizar sua entrada...