Recebi em 06/02/2006 |
EXISTIRÁ O AMOR INCONDICIONAL?
Marcial Salaverry
O amor incondicional, em sua plenitude, é muito difícil de ser vivenciado, ou mesmo encontrado.
Um amor assim, capaz de resistir aos percalços surgidos no caminho, e que podem ser muitos, depende muito de nossa capacidade em entendê-lo.
Mesmo porque, sempre é difícil para que ele seja inteiramente aceito.
A incoerência de nosso pensamento, pode nos levar a essa situação quase absurda, ou seja, tentarmos negar, não apenas para nós mesmos, como também e principalmente para os outros, que estamos amando alguém, que estamos sentindo um amor tão grande que não podemos viver sem essa pessoa.
Quanta gente sofre, por tentar esconder algo que é o sentimento mais lindo e nobre que poderemos sentir, ou seja, o amor em sua plenitude.
Um amor pleno e incondicional, é meio difícil de ser vivenciado, pois, além de nossa aceitação total, ainda dependerá de encontrar reciprocidade na pessoa amada.
O amor verdadeiro, é capaz de resistir a todas as dificuldades, ao tempo, até mesmo à distancia que eventuais separações podem ocasionar.
Um amor assim, é muito difícil não só de se conquistar, como também de ser inteiramente assimilado.
É difícil conseguir aceitar eventuais ausências, pois em nosso egoísmo natural, sempre queremos ter nosso amor a nosso lado.
É-nos complicado entender que o amor, por ser um sentimento quase etéreo, pode independer da presença física para subsistir.
Basta que saibamos vivenciá-lo.
Atualmente está em moda o “amor descartável”.
Na nova concepção, o ideal é simplesmente “ficar”, ou seja é só a companhia eventual, sem pensar-se em qualquer tipo de vínculo mais forte.
Conhece-se, “fica-se”, faz-se o que “pintar”, e ciao bella...
Não se dá tempo para que possa surgir um sentimento mais forte.
E quantas lindas histórias de amor perdem-se assim... quantos amores são simplesmente descartados por causa dessa maneira de se enfocar a vida...
E quanta solidão essa urgência de se viver tudo provoca...
Todos querem o amor, mas poucos sabem realmente como vivê-lo, entregando-se a paixões eventuais, daquelas em que existe apenas a atração do momento, pedindo apenas o encontro dos corpos numa explosão de instintos, num cio permanente, que assusta até mesmo aos animais, pois para eles, o cio é algo ditado pela natureza, e apenas em determinadas épocas.
O amor é por todos desejado.
Acontece que ainda se confunde amor com propriedade, e a tendência natural é “tomar posse” da pessoa amada, e vive-se o tormento do ciúme, quando começamos a achar que todos querem nos “roubar” o objeto de nosso amor.
Queremos um amor que possa nos trazer segurança, que nos dê estabilidade emocional ou mesmo financeira, mas muitas vezes esquecemos de fazer nossa parte, esquecemos de procurar saber se estamos dando felicidade também, se estamos sabendo nos doar, ao invés de apenas exigir.
Queremos “sentir-nos felizes”. Estaremos fazendo nossa parte?
Adquirindo consciência de que a felicidade depende basicamente de nós mesmos, poderemos evitar as famosas crises existenciais, as depressões, que geralmente são causadas pela nossa própria incapacidade de assimilar a vida, de saber viver.
Sem o amor, na verdade, nada somos.
Mas é preciso sabermos aceita-lo, sabermos vive-lo, para que possamos mantê-lo, pois na verdade, tudo depende de nós, de como soubermos aceitar o que nos é imposto pela vida, partindo daí para viver um amor em toda sua plenitude, e enfim, sermos felizes.
É preciso saber entender nossa alma.
É preciso saber entender a alma de quem amamos.
É preciso saber fazer-nos entender por quem amamos.
E isso só será possível, quando soubermos aceitar que estamos amando, bem, como aceitar que somos amados, e assim, entregarmo-nos incondicionalmente a esse amor.
Vamos saber viver a vida, e um bom início, é tendo UM LINDO DIA.